2 de jan. de 2011

Quero paz no meu coração

Imagem extraída do blog http://allaboutcarsandraces.wordpress.com/
Meu Ano Novo começou em baixo de chuva, literalmente.
Como faço sempre, fui à missa agradecer por todas as boas coisas que me aconteceram no ano que se encerra. Agradeci também ao Padre Júlio, por todos os preciosos ensinamentos. E ao Seu Milton, pelo carro que ele me vendeu e que me leva a todos os lugares com segurança.
Na saída, encontrei com um homem que um dia tocou meu coração e me beijou como nenhum outro. Ele não me quis. Difícil aprender a não alimentar ilusões e ver as coisas com as pinceladas da realidade. Tenho inveja dos fortes, que se afastam e não olham para trás.
Saí da missa feliz. Ao som de "Esse ano, eu quero paz no meu coração / Quem quiser ter um amigo /  Que me dê a mão / O tempo passa, e com ele caminhamos todos juntos sem parar / Nossos passos pelo chão vão ficar...". Chovia. Caminhei sob a chuva, molhando os cabelos, o vestido, sentindo as gotas no rosto. E segui cantando: "Marcas do que se foi, sonhos que vamos ter...".
Para mim, é muito difícil aprender a olhar apenas para a frente. O passado, com o conforto das experiências vividas é algo quase que soberano sobre nossos corações. Ele nos traz sensações conhecidas, que já não amedontram mais. As marcas do que se foi ficarão para sempre, mas quero entrar em 2011 mais concentrada nos "Sonhos que vamos ter, como todo dia nasce, novo em cada amanhecer"...
No passado deve ficar o que pertence ao passado. Os abandonos de amor, os fracassos profissionais, os problemas em família, os momentos de fraqueza, as lutas pelo equilíbrio, a insegurança, a preguiça de produzir, os desafetos, a maldade que reside no meu coração, mesmo que mega escondida de mim mesma. No passado deve ficar a tristeza que ainda sinto quando penso nele, que tanto me amou mas foi capaz de me ferir igualmente. Deve ficar a escolha infeliz que fiz na carreira. O erro que cometi ao aceitar quem não me merecia em absoluto. No passado deve ficar o que pertence ao passado.
"Sonhos que vamos ter"... Eles pertencem ao futuro. O sonho de me tornar mestre. De reconquistar meu espaço profissional. De conquistar um novo amor. De equilibrar-me financeiramente para poder financiar meus próprios sonhos (alguns custam dinheiro, outros não).
Mas é nesse ano, que começa agora, que "quero paz no meu coração". Quem quiser ser meu amigo, tenho duas mãos. Um coração enorme. Uma casa que cheira cachorro. Um certo dom para cozinhar, em especial doces. Um jardim que dá flores o ano todo. Quero paz no meu coração para viver o hoje. Lembrar de ontem sem dor. Sonhar com o amanhã sem ilusões.
Há muitos anos, escrevo em meus diários meus sonhos para o novo ano. Termino sempre da mesma maneira. Que o novo ano seja pelo menos a metade do ano que passou, afinal, "o tempo passa, e com ele caminhamos todos juntos, sem parar / Nossos passos pelo chão vão ficar"...

Para quem gosta, achei um vídeo curtinho com essa música tão velha e ao mesmo tempo tão doce. Clique aqui para assistir.

Um comentário:

Guilherme Gonçalves Damasceno disse...

E quem disse que se afastar é ser forte? Não se importar é fraqueza. :-)