10 de abr. de 2011

Atropelamentos: mistura de imprudência e pressa

Campanha de trânsito divulgada
no site
www.viatram.com.br

Desde o início de 2011, há apenas quatro meses, cerca de 70 pessoas foram vítimas de atropelamento em Uberlândia. Essa informação consta em matéria sobre uma nova vítima, atropelada e morta em frente ao campus Santa Mônica, em uma das avenidas mais movimentadas da cidade, a João Naves de Ávila. Tanto pedestre quanto motorista foram imprudentes, de acordo com o que foi publicado pelo jornal Correio.
A frota de carros e motos da cidade não pára de crescer. Mas parece crescer menos que nossa imbecibilidade. Sim, somos imbecis correndo o tempo todo para ganhar poucos segundos. Tanto a vítima, que atravessava no lugar inadequado, quanto o motorista, que decidiu invadir a pista reservada aos ônibus. Os segundos podem ter sido ganhos. Um perdeu a vida. O outro, a paz de espírito. Ambos pareciam estar errados.
Moro ao lado do campus da UFU. Vislumbro acidentes todos os dias. Motoristas, normalmente apressados, invadem com muita frequência o corredor reservado aos ônibus. Muitos avançam os dois sinais consecutivos instalados na porta da universidade. Pedestres frequentemente evitam a passarela elevada e cruzam a perigosa avenida mesmo com o sinal aberto para os carros. Na tentativa de ganhar alguns segundos, correm o risco de perder as próprias vidas.
Policiamento? Educação no trânsito específica para estes trechos? Nunca vi. E passo por ali todos os dias.
Fico refletindo sobre o motivo de tanta pressa, de tanta impaciência. Por que será que sempre queremos ganhar alguns segundos, mesmo tendo que descumprir a lei? Os corredores de ônibus são um exemplo. Quantas e quantas vezes são utilizados por motoristas impacientes, querendo chegar a todo custo ao seu destino. Ocasionalmente, ficam presos atrás dos próprios ônibus, por não conseguirem retornar à pista. Outras, forçam o retorno jogando seus carros sobre o dos motoristas que trafegam corretamente.
Em frente ao Center Shopping, pedestres cotidiamente se enfiam na frente dos carros para evitar o pequeno retorno que precisam fazer entre o momento que descem do ônibus e o acesso de entrada ao local. Aliás, até hoje não sei como ninguém foi atropelado naquele pedaço da avenida. As pessoas simplesmente brotam do nada, entrando na frente dos carros. O semáforo está poucos passos adiante. Mas antes colocar a vida em risco a perder alguns segundos.
Sei que a polícia pode fazer muito pouco, mas fiscalizar já ajudaria. Uma viatura no horário de pico, em frente à Universidade e ao Center Shopping seriam muito bem vindas. Guardas da Setram multando quem desrespeitar as normas de trânsito, sejam pedestres ou motoristas. Um radar bem visível, lombadas. Coisas simples e que poderiam salvar vidas. Talvez os dois locais mereçam passarelas, dada o intenso fluxo de pedestres e carros. Imagino que a situação irá se agravar em breve, com novos moradores mudando-se para as centenas de unidades habitacionais construídas nos bairros Santa Mônica e Finotti. Outro agravante será o viaduto sobre a Rondon Pacheco, que aumentará a velocidade dos carros na João Naves.
Já que teremos tantos investimentos para melhorar o trânsito, precisamos também de alternativas para reduzir a insanidade dos motoristas e pedestres. Na vizinhança da UFU, semáforos e lombadas. Se a João Naves é perigosa, a Segismundo Pereira é muito mais. A saída dos alunos não tem qualquer item que favoreça os pedestres. Nem semáforo, nem faixa elevada. Em pouco tempo, um condomínio enorme elevará o número de carros na região e será quase impossível atravessar ali sem a existência de um semáforo e de um radar, porque muitos motoristas tenderão a desrespeitar esse sinal. Na avenida Belarmino Cotta Pacheco, em frente a uma escola infantil, um semáforo tenta conter motoristas para que as crianças possam atravessar em segurança. É comum ver motoristas ultrapassando este sinal. A escola deve ter pouco mais de 50 alunos. Quantos frequentam o campus?
O campus Santa Mônica está abarrotado de gente e de carros. O bairro Santa Mônica está abarrotado de gente e de carros. A sinalização é precária. O respeito pelo pedestre, inexistente. Quantas pessoas ainda vão morrer por imprudência e falta de uma ação concreta?

3 comentários:

Josane Mary disse...

Oi, Adriana, tudo certinho?
Encontrei o seu blog e vim fazer uma visitinha! Que tudo esteja 100% com você!

Interessantíssimo o post! Gostei muito!

Sou expatriada; sai do Brasil em 2000 e fui para os USA estudar na Harvard, onde estudei até 2002. Desde 2003, moro na Holanda - sou casada com um holandês.
[O choque cultural existe e acaba sendo benéfico - de uma maneira ou de outra -. Sou da opinão que existem coisas boas e ruins em qualquer lugar do planeta! Nós é que temos que ressignificá-las à nossa moda!]

Será uma alegria se visitar o meu cantinho virtual, que é: http://josanemary.wordpress.com/mevrouw-jane/

E será uma outra alegria, se quiser ler o prefácio do meu livro: Mevrouw Jane (o prefácio não foi feito por mim, mas por um outro escritor, um já reconhecido no mundo literário). Se gostar – ou não - por favor, deixe um comentário; vou adorar ler a sua opinião!

Tenha um ótimo dia, aí em Uberlândia!
Grande abraço.
Josane Mary

Ana Cristina Guedes disse...

Olá, Adriana!
Cheguei até aqui pq vc destacou o tweet meu sobre comunicação interna. Tb dei uma olhada no jornal da Adriana. Gostei muito. Parabéns!
Sou jornalista, especialista em comunicação institucional.
Visitarei seu blog, sempre!

Anônimo disse...

Olá, Adriana.

Feliz por você ter encontrado meu blog. Feliz por saber que alguém de Franca mantém um blog tão apurado (coisa rara por aqui) e feliz em saber do caminho acadêmico que você seguiu.

Gosto muito de Uberlândia. Tenho amigos aí e na época de solteiro participava de congressos da minha igreja e, portanto, visitava muito a cidade.

Vou mandar meu e-mail profissional (não me mande correntes ou coisas do tipo, please!..rsrsrs....) por DM, via twitter. Coloque-me no chat do Gtalk. Vez ou outra a gente pode afinar uma conversa.

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