"Eis aqui esse sambinha
Feito de uma nota só.
Outras notas vão tocar,
Mas no fundo é uma só..."
O "Samba de uma nota só" é uma velha canção de Vinícius de Moraes que acabou se tornando uma expressão que significa repetição, redundância. Na verdade, não sei se a música veio antes da expressão ou vice-versa, mas não tem importância. Mais uma vez, escreverei aqui sobre meu "samba de uma nota só" neste blog: a péssima educação dos motoristas em nossa cidade. Causa muito espanto a forma como se dirige por aqui.
Na semana passada, em dois dias consecutivos, motoristas que tentaram fazer uma conversão à esquerda num local proibido provocaram acidentes que envolveram outro veículo e, num dos casos, um pedestre. Os que agiram errado disseram que estavam desatentos, não perceberam a sinalização. Na minha opinião, devem ter problemas de vista, pois uma placa imensa indicando a proibição está ali, bem à vista. Talvez eles devessem fazer novo exame de vista para poder dirigir ou então, voltar à auto-escola para aprender o que significam as placas.
A mudança na conversão entre a João Naves de Ávila e a Floriano Peixoto foi fortemente comunicada pela mídia. Durante algum tempo, policiais ficaram no local indicando a mudança. Um sinal de "Proibida conversão à esquerda" foi colocada no trecho. Ainda assim, volta e meia algum condutor "apressadinho" segue pela faixa exclusiva para os ônibus e tenta fazer a conversão. Se der para ir, eles vão mesmo. Se não der, entram na frente do motorista que está à direita, sem mais nem menos. Sem seta, sem pedir licença. Há duas semanas, por muito pouco não fui vítima de um desses, que tentou convergir à esquerda, não teve espaço e simplesmente jogou o carro em cima do meu. Se eu não estivesse percebendo há algum tempo o que ele pretendia fazer, a batida seria certa. Quando notei, reduzi a velocidade do carro e deixei a criatura entrar.
Durante a semana, no twitter, várias pessoas postaram comentários sobre o cruzamento. Falou-se que o problema foi de comunicação da mudança, que foi de sinalização. Na minha opinião, foi de falta de respeito dos motoristas mesmo. Na tentativa de ganhar alguns minutos, muitos se arriscam, colocando em risco a vida e o patrimônio de algumas pessoas. Uma senhora foi vítima em um dos acidentes, enquanto caminhava pelo local.
Respeitar o outro é algo muito fácil de fazer. Basta ter vontade. A gente pode não concordar com algumas leis, mas tem que respeitá-las em nome do bem comum. Fico pensando no susto do motorista que estava certo, na mulher que estava na calçada e foi atropelada, nos prejuízos materiais da agência bancária atingida, dos condutores e da própria polícia, que teve que deslocar sua estrutura. Tudo poderia ter sido evitado não fosse a pressa dos infratores e sua vontade de levar vantagem em tudo. Os danos materiais, humanos e emocionais foram pequenos nesses casos, mas poderia ter sido pior. Está na hora de termos um trânsito mais humano e isso só é possível quando pessoas respeitam pessoas... e respeitam leis.
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