Acho muito interessante como pequenas conversas pela internet ou pessoalmente podem se transformar em boas idéias, desde que alguém tenha vontade de executar. Foi assim que nasceu a CãoMinhada "Eu amo meu pet". Tudo organizado pela internet, pelo site Clube do Pet (http://www.clubedopet.com.br/) e pelo twitter @clubedopet.
Há algum tempo li uma frase que passei a adotar com frequência: "Quem realmente quer fazer alguma coisa, encontra um meio. Quem não quer, uma desculpa". Pois foi nesse clima que a CãoMinhada foi realizada. Gente disposta, alegre, que ama seus bichinhos de estimação.
O encontro aconteceu no Parque Linear, às margens do Rio Uberabinha, um dos poucos espaços públicos da cidade onde cachorros são bem vindos. Hoje foi realizada a segunda edição do que promete ser um evento quinzenal. Algumas caras conhecidas, outras novas. Teve até exibição artística, com demostração do que um cachorro adestrado pode fazer.
Belarmina, minha salcicha de cinco anos, me surpreendeu. Ela é normalmente muito brava, mas hoje se comportou como uma lady, mas uma lady cachorra, claro. Cheirou muito bumbum de cachorro e foi cheirada. Correu na grama, andou na beira dos lagos, fez caca, bebeu água, correu, brincou. Alegremente, não latiu para ninguém, não ficou brava, ganhou carinho e muitos sorrisos. Bicho é bicho e por mais que a gente crie eles dentro de casa, cheio de mimos, não podemos esquecer que são bichos. Precisam correr, brincar, ver outros bichos, interagir. Essa CãoMinhada tem sido uma terapia, para a Bella e para mim.
Tenho o hábito de dizer que se a Bella é meu bicho, eu sou a pessoa de estimação dela. Não sou dona da Bella. Ela mora aqui em casa, eu alimento, dou carinho, comida, faço exercício, brinco, mas não sinto que sou dona da Bella. Nem sou mãe de cachorro. Sou a companheira dela assim como ela é minha.
Agora, a coisa mais legal da CãoMinhada, como já disse antes, é que ela aproxima Bicho e aproxima Gente. Conversei o tempo todo hoje. Sentei no chão, fiz carinho em vários cães e voltei para casa com a camiseta branca cheia de patinhas... Foi muito bom. Parabéns Clube do Pet, APA, Bichos e Caprichos, Canil Anjos da Guarda. Vocês fizeram dessa manhã de domingo uma gostosa experiência. E que venham mais CãoMinhadas.
Faz alguns anos, criei até um Blog para a Bella, que está meio parado por falta de tempo. O nome é Pessoa de Estimação (http://pessoadeestimacao.ning.com/ ) Talvez eu retome em outra plataforma.
27 de jun. de 2010
Rotas alternativas à Rondon Pacheco
A Prefeitura Municipal de Uberlândia deve divulgar em breve as rotas alternativas para os motoristas que passam pelo cruzamento das avenidas Rondon Pacheco e João Naves de Ávila. Há alguns dias equipes da empresa responsável iniciaram as atividades no local e as obras devem começar a alterar o trânsido na região.
No bairro Santa Mônica, onde moro, pelo menos duas ruas parecem estar sendo preparadas para o aumento do fluxo de carros, as antigas 5 e 14. Desde o trecho com a Anselmo Alves dos Santos, em todos os cruzamentos estão sendo colocados semáforos. Em matéria publicada no Jornal Correio semana passada, a justificativa para a colocação dos equipamentos é controlar melhor o fluxo de veículos, uma vez que a frota da cidade não para de crescer. Mas acredito que a nova sinalização vai também atender às necessidades do aumento do tráfego na região, quando as avenidas principais forem fechadas. Essas são rotas alternativas para os bairros Santa Mônica, Santa Maria, Santa Luzia e Vigilato.
As antigas ruas 5 e 14 fazem a ligação entre o bairro Santa Mônica, Tibery e Brasil. A partir dessas vias, quem sai de um bairro segue para o outro "por dentro", sem a necessidade de entrar na Rondon Pacheco. Há muitos anos uso esses acessos para ir ao bairro Brasil, ao Alto Umuarama e ao Distrito Industrial, onde tenho compromissos de trabalho com certa frequência.
Ultimamente, aprendi a usar o caminho do novo acesso ao aeroporto com destino à região do Alto Umuarama. A volta é um pouco mais longa, mas você consegue seguir sem nenhum semáforo, sem cruzamentos e ainda ganha de brinde uma paisagem muito bonita, uma vez que passa ao lado do Parque do Sabiá e ainda existem poucas construções ao longo do novo acesso. O cuidado tem que ser a velocidade. Por ser uma pista recém inaugurada e quase sem trânsito, a tendência é a gente querer pisar mais um pouco. É preciso ter cuidado. As rotatórias ajudam a desacelerar. O local já estão recebendo iluminação pública, mas será necessário ter cautela, tanto com velocidade quanto com segurança.
Para ir ao centro da cidade, saindo do Santa Monica, sempre opto pela rua São Francisco e depois pela Duque de Caxias. È um caminho mais chatinho, mas escapo da Rondon Pacheco e da muvuca do cruzamento. Também pego muito a Rondon ali na altura do Hotel San Diego, com destino à Nicomedes, Praia e adjacências.
A volta do Centro também é feita de forma prática pelo viaduto Saraiva, que desemboca na avenida Nicodemos Alves dos Santos. Essa rota é mais conhecida, já apresenta congestionamentos em horários de pico e deve receber um trânsito bastante intenso depois da interdição das avenidas. Dá para optar pela Olegário Maciel também, ou então, para quem está no bairro Karaíba ou Cidade Jardim, uma alterantiva é entrar pela Nicomedes ali ao lado do Cajubá, pegar a São São Francisco e subir até o caminho para a João Naves.
Fazer novos caminhos é legal. Você vai descobrindo coisas enquanto dirige. Ao testar novas rotas, já descobri casas, lojas, mercados, farmácias e várias outras coisas do meu interesse. A obra no cruzmento das duas avenidas vai ser chatinha, com sujeira, barulho, congestionamento, mas é possível preparar-se, aprendendo as rotas alternativas desde já. Muitas delas vão nos levar a adotar novos hábitos e quem sabe até mudar o caminho de fora definitiva.
Por falar em mudança, escolhi um texto do qual gosto muito, mas cuja autoria é polêmica. Pode ser de Edson Marques ou Clarice Lispector. Acho que é do primeiro, pois a poetisa dificilmente usaria em seu tempo a palavra "light". Chama-se Mude.
"Mude. Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa. Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os teus sapatos velhos. Procure andar descalço
alguns dias.
Tire uma tarde inteira pra passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas. Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma do outro lado da cama... depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de TV, compre outros jornais... leia outros livros. Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo. Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura. Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia, o novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida. Tente.
Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações. Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes. Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escrevas outras poesias.
Jogue fora os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se que a vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um novo emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo. E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas.
Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez. Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas.
Mas não é isso o que importa. O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!"
20 de jun. de 2010
Saída Fotográfica Câmera Clique
Enquanto muita gente torcia pelo Brasil hoje à tarde, no jogo contra a Costa do Marfim, um grupo de amantes da fotografia realizava a primeira edição da Saída Fotográfica Câmera Clique. Organizado por meio do Twitter e de emails, eles se reuniram logo de manhã para fotografar a cidade e as manifestações verde amarelas.
Munidos com suas câmaras, registraram belos momentos de alegria, espontaneidade e bandeiras brasileiras ao vento. As imagens começaram a ser postadas no Flickr (para ver, clique aqui). Todo o movimento utiliza a web. Considero que uma das fotos, que escolhi para abrir este post, está digna de capa de jornal. O autor é Dudu Lobianco.
Alguns participantes não se conheciam. Eles se reuniram na Praça da Bicota, no centro da cidade, por volta das dez horas da manhã. E saíram pelas ruas da cidade, clicando qualquer manifestação verde e amarela que encontrassem pela frente, conforme postado no blog do Ateliê Fotografia Criativa, um dos organizadores do evento (http://atelliefotografia.com.br/). O outro foi um grupo chamado Folia de Reis.
Não sou uma boa fotógrafa, mas acompanhei o movimento pelo twitter. Não sei se a midia vai noticiar e reconhecer essa aventura fotográfica, que promete ter novas edições. Mas o trabalho está muito bonito e a iniciativa foi muito inteligente, criativa e fora dos padrões normais de uma cidade que precisa se reinventar.
Cansei de ouvir dizer que a internet vai fazer com que as pessoas se isolem. O exemplo da Câmera Clique mostra o contrário. O movimento começou com pessoas que não se conheciam. Pelas imagens postadas no Flickr, a gente pode ver que dali vão nascer amigos, contatos, relacionamentos, aprendizados. Formou-se uma rede social, uma comunidade que saiu do mundo virtual para o real. A internet democratiza os espaços, cria oportunidades para que as pessoas possam manifestar-se, mostrar sua arte.
Algumas fotos são de uma plasticidade incrível. Outras ficaram muito em cima do evento em si, mas todas contam uma história, de um país que ama o futebol e que se veste de verde e amarelo numa manhã de domingo para celebrar a vida e a arte. Contam também a história de pessoas que acreditaram em uma idéia e fizeram acontecer. Recentemente, em palestra na UFU, o editor da IstoÉ, Toni Pires, falava sobre a importância de contar uma história por meio da fotografia e de usar a internet para mostrar seu trabalho para o mundo. Tenho certeza que esses jovens lançaram uma semente para isso.
Parabéns aos organizadores. Vocês merecem muito sucesso. Pelas imagens, pela coragem, pela ousadia e principalmente, pela felicidade estampada em cada rosto.
19 de jun. de 2010
Campanha de vacinação contra H1N1
Acordei cedo nesse sábado, com a intenção de ir à UAI mais próxima e me vacinar contra a gripe H1N1. Finalmente as doses foram liberadas para a população em geral e eu, que estava fora da faixa etária inicial, ganhei o direito à ela. Foi aí que entendi que o governo agiu certo ao estabelecer as faixas e priorizar os grupos com maior risco. A procura pelas vacinas entre as faixas da população consideradas não prioritárias, promete ser bem grande.
Na UAI do bairro Tibery, às 8h10 da manhã, a fila já dobrava o quarteirão. Na UAI do Pampulha, às 9h, 500 senhas já haviam sido distribuídas e uma outra fila bem grande esperava pelo próximo lote de senhas. que seria distribuída ao final da primeria etapa.
Acabei indo para a UAI Pampulha, onde minha ajudante me convenceu a esperar. Tinha até cadeiras para quem havia pego a senha aguardar sentado. Teve gente que levou um livro e aproveitou o tempo para ler. As senhas eram chamadas rapidaemente, as carteiras de vacinação preenchidas. O tempo de espera, no nosso caso, foi de pouco mais de uma hora.
O atendimento dos profissionais da área da saúde foi bom. As pessoas, trabalhando em pleno sábado, não estavam de cara feia nem reclamando. Pelo contrário, tentavam distrair as crianças e fazer com que a fila andasse o mais rapidamente possível.
Refleti sobre quantas vezes deixo de usar o sistema público de saúde por preguiça, preconceito ou medo de ser mal atendida. Não fosse minha ajudante, uma segunda mãe, insistir comigo para eu ir para a UAI Pampulha, talvez eu acabasse não me vacinando. Depois da experiência, uma das poucas que tive até hoje com saúde pública, pensei sobre o quanto minha própria visão preconceituosa muitas vezes me faz gastar dinheiro com benefícios pelos quais já paguei, por meio dos meus impostos. A vacina não está sendo dada de graça, todos nós pagamos por ela na forma de nossos impostos. Aqueles funcionários que estão nos atendendo no sábado, também são pagos por nós. Muitas vezes a gente se esquece disso.
Em linhas gerais, pelo menos com base na minha experiência pessoal, acho que o processo foi bem organizado, desde o começo, com a priorização das pessoas mais suscetíveis à doença, como crianças de colo, gestantes e maiores de 60 anos. A abertura para todas as faixas etárias só poderia mesmo acontecer depois que todos fossem vacinados. Houve tempo suficiente para que os interessados o fizessem.
A cidade de Uberlândia tomou a decisão de vacinar o restante da população de modo ordenado, em um sábado, quando as pessoas têm tempo para entrar na fila e de maneira organizada. Muitas cidades ainda não tomaram essa decisão. Ontem mesmo falava com uma amiga que mora em Santo André (SP), que ainda não liberou as doses remanescentes. Não vi ainda como as administrações devem proceder.
Quando saí da UAI Pampulha, a fila para pegar novas senhas estava enorme, com mais ou menos 500 ou 600 pessoas. Mas permanecia a ordem. Algumas pessoas reclamavam, outras colocavam a conversa em dia. O sol judiou um pouco das mães com crianças pequenas, mas acredito que, no geral, o processo foi menos pior do que muita gente imaginou que seria.
Na UAI do bairro Tibery, às 8h10 da manhã, a fila já dobrava o quarteirão. Na UAI do Pampulha, às 9h, 500 senhas já haviam sido distribuídas e uma outra fila bem grande esperava pelo próximo lote de senhas. que seria distribuída ao final da primeria etapa.
Acabei indo para a UAI Pampulha, onde minha ajudante me convenceu a esperar. Tinha até cadeiras para quem havia pego a senha aguardar sentado. Teve gente que levou um livro e aproveitou o tempo para ler. As senhas eram chamadas rapidaemente, as carteiras de vacinação preenchidas. O tempo de espera, no nosso caso, foi de pouco mais de uma hora.
O atendimento dos profissionais da área da saúde foi bom. As pessoas, trabalhando em pleno sábado, não estavam de cara feia nem reclamando. Pelo contrário, tentavam distrair as crianças e fazer com que a fila andasse o mais rapidamente possível.
Refleti sobre quantas vezes deixo de usar o sistema público de saúde por preguiça, preconceito ou medo de ser mal atendida. Não fosse minha ajudante, uma segunda mãe, insistir comigo para eu ir para a UAI Pampulha, talvez eu acabasse não me vacinando. Depois da experiência, uma das poucas que tive até hoje com saúde pública, pensei sobre o quanto minha própria visão preconceituosa muitas vezes me faz gastar dinheiro com benefícios pelos quais já paguei, por meio dos meus impostos. A vacina não está sendo dada de graça, todos nós pagamos por ela na forma de nossos impostos. Aqueles funcionários que estão nos atendendo no sábado, também são pagos por nós. Muitas vezes a gente se esquece disso.
Em linhas gerais, pelo menos com base na minha experiência pessoal, acho que o processo foi bem organizado, desde o começo, com a priorização das pessoas mais suscetíveis à doença, como crianças de colo, gestantes e maiores de 60 anos. A abertura para todas as faixas etárias só poderia mesmo acontecer depois que todos fossem vacinados. Houve tempo suficiente para que os interessados o fizessem.
A cidade de Uberlândia tomou a decisão de vacinar o restante da população de modo ordenado, em um sábado, quando as pessoas têm tempo para entrar na fila e de maneira organizada. Muitas cidades ainda não tomaram essa decisão. Ontem mesmo falava com uma amiga que mora em Santo André (SP), que ainda não liberou as doses remanescentes. Não vi ainda como as administrações devem proceder.
Quando saí da UAI Pampulha, a fila para pegar novas senhas estava enorme, com mais ou menos 500 ou 600 pessoas. Mas permanecia a ordem. Algumas pessoas reclamavam, outras colocavam a conversa em dia. O sol judiou um pouco das mães com crianças pequenas, mas acredito que, no geral, o processo foi menos pior do que muita gente imaginou que seria.
13 de jun. de 2010
Boa música em Uberlândia - Filarmônica de Minas Gerais
Desde criança, meus pais nos ensinaram a apreciar música. Em especial a música clássica. Eles nos levavam a concertos, a apresentações de música popular, a shows, cantavam muito em casa. Meu pai colecionava LPs vendidos em bancas de jornais, que traziam o melhor da música erudita, do jazz, dos grandes compositores da história mundial.
Uberlândia oferece constantemente oportunidades para os apreciadores da música instrumental, com concertos realizados no Teatro Rondon Pacheco. Quem fica de olho e gosta de música, aproveita.
A boa notícia para os amantes de música é que na próxima semana, dia 19 de junho, a cidade receberá a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, que se apresentará no novo teatro, ainda em construção (no final da avenida Rodon Pacheco). A iniciativa é da CTBC. O espetáculo começará às 20h30 e será gratuito. Além da apresentação em Uberlândia, serão realizadas outras duas, uma em Araguari e outra em Tupaciguara.
Programação
De acordo com informações da CTBC, o concerto começará com a execução do Hino Nacional, de Francisco Braga seguido por Danças Eslavas, de Antonin Dvorak. Em seguida, será executada a música Batuque, obra mais conhecida do brasileiro Oscar Lorenzo Fernandez. A peça é parte da suíte sinfônica Reisado do Pastoreio.
No repertório há ainda o Concerto para Flauta em Ré (1º mov.), de Mozart. Os dois concertos para flauta do célebre compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, – em sol maior e em ré maior –, foram escritos por encomenda.
De Tchaikovsky, a orquestra irá executar Romeu e Julieta, obra inspirada na história de William Shakespeare passada em Verona, na Itália. O encerramento terá duas composições do argentino Astor Piazzolla: Oblivion e Primavera Porteña.
Para encerrar, Il Guarany: Abertura, de Carlos Gomes. Em 1870, Gomes iniciou a brilhante carreira de compositor, estreando a ópera O Guarani no Teatro La Scala, em Milão, Itália. Pela primeira vez, conseguiu que a arte brasileira fosse reconhecida na Europa, destacando-se pela beleza da música e pela qualidade da composição.
Uberlândia oferece constantemente oportunidades para os apreciadores da música instrumental, com concertos realizados no Teatro Rondon Pacheco. Quem fica de olho e gosta de música, aproveita.
A boa notícia para os amantes de música é que na próxima semana, dia 19 de junho, a cidade receberá a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, que se apresentará no novo teatro, ainda em construção (no final da avenida Rodon Pacheco). A iniciativa é da CTBC. O espetáculo começará às 20h30 e será gratuito. Além da apresentação em Uberlândia, serão realizadas outras duas, uma em Araguari e outra em Tupaciguara.
Programação
De acordo com informações da CTBC, o concerto começará com a execução do Hino Nacional, de Francisco Braga seguido por Danças Eslavas, de Antonin Dvorak. Em seguida, será executada a música Batuque, obra mais conhecida do brasileiro Oscar Lorenzo Fernandez. A peça é parte da suíte sinfônica Reisado do Pastoreio.
No repertório há ainda o Concerto para Flauta em Ré (1º mov.), de Mozart. Os dois concertos para flauta do célebre compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, – em sol maior e em ré maior –, foram escritos por encomenda.
De Tchaikovsky, a orquestra irá executar Romeu e Julieta, obra inspirada na história de William Shakespeare passada em Verona, na Itália. O encerramento terá duas composições do argentino Astor Piazzolla: Oblivion e Primavera Porteña.
Para encerrar, Il Guarany: Abertura, de Carlos Gomes. Em 1870, Gomes iniciou a brilhante carreira de compositor, estreando a ópera O Guarani no Teatro La Scala, em Milão, Itália. Pela primeira vez, conseguiu que a arte brasileira fosse reconhecida na Europa, destacando-se pela beleza da música e pela qualidade da composição.
8 de jun. de 2010
Fotojornalismo foi tema de palestra na UFU
Acabo de chegar do campus Santa Mônica, onde assisti à brilhante palestra do editor de fotografia da revista IstoÉ, Toni Pires. Em pouco mais de duas horas, ele tratou de temas que despertaram o interesse dos estudantes e profissionais presentes. Infelizmente, como em muitas coisas excelentes realizadas nas dependências da Universidade Federal de Uberlândia, havia poucos alunos de outras instituições de ensino, em especial de cursos de jornalismo. Foi uma pena para eles.
Entre os profissionais, destaco a presença de três fotógrafos locais - Beto Oliveira, Valter de Paula e Manoel Serafim - todos em busca de conhecimento e aprendizado, mesmo carregando uma ampla bagagem na imprensa local.
Toni Pires conseguiu fazer com que a platéria, majoritariamente jovem, ficasse atenta e quieta durante duas horas inteiras, coisa que muitas vezes nós, professores, não conseguimos. Para isso, ele contou histórias sobre como a fotografia pode contar histórias no jornalismo. Ele começou mostrando um vídeo produzido com imagens feitas para a Folha de São Paulo, onde foi editor de fotografia até 2008. Momentos captados pela câmara de profissionais competentes, que falam de um contexto, de uma história, que retrataram fatos, momentos históricos importantes, como o massacre em Carajás ou o ataque do PCC em São Paulo.
O editor de fotografia falou também sobre a redução do espaço físico nos jornais e revistas impressos, contrapondo essa realidade ao espaço sem limites dos ambientes virtuais, tanto das edições on line das publicações quanto em blogs ou páginas pessoais na internet. O mercado de trabalho, segundo ele, é amplo e cheio de oportunidades para quem sabe usar bem as duas principais ferramentas do fotojornalista: o olho e o cérebro.
As experiências compartilhadas foram muitas. Toni falou sobre a importância do editor de fotografia, que faz o processo de edição da foto, que vai desde a pauta, quando o fotógrafo recebe as informações sobre a matéria, o entrevistado e o contexto, até a edição da imagem na página, combinada ao texto e ao lay out. Ele chama essa combinação de "santíssima trindade" do jornalismo, a combinação entre imagem, texto e projeto gráfico. Infelizmente, a realidade em nossas redações é bem diferente. Fotógrafo e repórter têm olhares diferentes, sendo que cada vez mais matérias são feitas por telefone e o profissional fotográfico recebe informações genéricas sobre a imagem a captar. Neste caso, Toni Pires disse que simplesmente se escolhe uma foto para fechar uma página, mas não acontece a edição.
A oportunidade de ouvir um profissional desses, totalmente de graça, em uma universidade pública, foi possível graças à iniciativa de uma empresa privada, que patrocina uma premiação de jornalismo, a New Holland, fabricante de equipamentos agrícolas. A estratégia de comunicação corporativa, além de premiar fotógrafos no país e exterior, tem o compromisso de levar profissionais do calibre de Toni Pires para dialogar com estudantes universitários, uma contribuição para a sua formação.
Foram tantos os aprendizados, as reflexões e as conexões a partir da palestra, que seria difícil colocar tudo em um único post. Recentemente li um texto de Eugênio Bucci que me fez refletir muito acerca do jornalismo que se ensina nas faculdades e do jornalismo que se pratica nas redações. Um trabalho muitas vezes oficialesco, sem questionamento, sem crítica. Profissionais de qualidade a cidade tem. Faculdades de Jornalismo são três, todas coordenadas por professores competentes e preocupados com a formação das novas gerações. No entanto, nossa cidade carece de um bom jornalismo impresso, de qualidade, crítico, abrangente, com profissionais remurados de forma justa, com massa cinzenta, com atenção. A cidade merece. Mas para termos um jornalismo melhor, temos que estudar mais, questionar mais, criticar mais, refletir mais. Jornalismo é por si só uma atividade sujeita a falhas. O custo do papel reduziu consideravelmente o espaço físico, como disse Toni Pires, mas a tecnologia ampliou como nunca o espaço virtual.
Fazer jornalismo fotográfico, segundo Toni Pires, é um exercício do olhar, que diante da realidade social, conta histórias que vão além do que determina a pauta. É olhar para a árvore e para a floresta. É saber que o momento do clique é apenas uma pequena parte do trabalho, que envolve pesquisa, busca de informações, leitura, troca, arquivamento, tratamento de imagens, indexação. Redes sociais servem para muito mais coisas além de pedir "me adiciona aí...". Servem para buscar informações, trocar conhecimentos, pesquisar entrevistados, entender o contexto.
Toni Pires falou também sobre a digitalização e o tratamento das imagens, dizendo que a manipulação está longe da realidade das grandes redações, onde a ética e a seriedade dos profissionais é levada a sério. Falou também do tempo de maturação profissional. Segundo ele, um fotógrafo leva pelo menos dez anos para treinar o olhar, especializar-se, dominar completamente a técnica, os equipamentos e as novas tecnologias. Para quem busca especialização ou conhecimentos básicos, ele indica usar o conhecimento que está disponível gratuitamente na internet. Sites especializados, cursos on line, livros, imagens. E tudo de graça, bastando o domínio do idioma inglês e a inteligência para encontrar material de qualidade.
Infelizmente não fiz anotações sobre a palestra, mas a frase que ficou mais forte para mim foi: "os dois instrumentos de trabalho que o fotojornalista precisa são o olho e o cérebro. Pensem nisso."
Entre os profissionais, destaco a presença de três fotógrafos locais - Beto Oliveira, Valter de Paula e Manoel Serafim - todos em busca de conhecimento e aprendizado, mesmo carregando uma ampla bagagem na imprensa local.
Toni Pires conseguiu fazer com que a platéria, majoritariamente jovem, ficasse atenta e quieta durante duas horas inteiras, coisa que muitas vezes nós, professores, não conseguimos. Para isso, ele contou histórias sobre como a fotografia pode contar histórias no jornalismo. Ele começou mostrando um vídeo produzido com imagens feitas para a Folha de São Paulo, onde foi editor de fotografia até 2008. Momentos captados pela câmara de profissionais competentes, que falam de um contexto, de uma história, que retrataram fatos, momentos históricos importantes, como o massacre em Carajás ou o ataque do PCC em São Paulo.
O editor de fotografia falou também sobre a redução do espaço físico nos jornais e revistas impressos, contrapondo essa realidade ao espaço sem limites dos ambientes virtuais, tanto das edições on line das publicações quanto em blogs ou páginas pessoais na internet. O mercado de trabalho, segundo ele, é amplo e cheio de oportunidades para quem sabe usar bem as duas principais ferramentas do fotojornalista: o olho e o cérebro.
As experiências compartilhadas foram muitas. Toni falou sobre a importância do editor de fotografia, que faz o processo de edição da foto, que vai desde a pauta, quando o fotógrafo recebe as informações sobre a matéria, o entrevistado e o contexto, até a edição da imagem na página, combinada ao texto e ao lay out. Ele chama essa combinação de "santíssima trindade" do jornalismo, a combinação entre imagem, texto e projeto gráfico. Infelizmente, a realidade em nossas redações é bem diferente. Fotógrafo e repórter têm olhares diferentes, sendo que cada vez mais matérias são feitas por telefone e o profissional fotográfico recebe informações genéricas sobre a imagem a captar. Neste caso, Toni Pires disse que simplesmente se escolhe uma foto para fechar uma página, mas não acontece a edição.
A oportunidade de ouvir um profissional desses, totalmente de graça, em uma universidade pública, foi possível graças à iniciativa de uma empresa privada, que patrocina uma premiação de jornalismo, a New Holland, fabricante de equipamentos agrícolas. A estratégia de comunicação corporativa, além de premiar fotógrafos no país e exterior, tem o compromisso de levar profissionais do calibre de Toni Pires para dialogar com estudantes universitários, uma contribuição para a sua formação.
Foram tantos os aprendizados, as reflexões e as conexões a partir da palestra, que seria difícil colocar tudo em um único post. Recentemente li um texto de Eugênio Bucci que me fez refletir muito acerca do jornalismo que se ensina nas faculdades e do jornalismo que se pratica nas redações. Um trabalho muitas vezes oficialesco, sem questionamento, sem crítica. Profissionais de qualidade a cidade tem. Faculdades de Jornalismo são três, todas coordenadas por professores competentes e preocupados com a formação das novas gerações. No entanto, nossa cidade carece de um bom jornalismo impresso, de qualidade, crítico, abrangente, com profissionais remurados de forma justa, com massa cinzenta, com atenção. A cidade merece. Mas para termos um jornalismo melhor, temos que estudar mais, questionar mais, criticar mais, refletir mais. Jornalismo é por si só uma atividade sujeita a falhas. O custo do papel reduziu consideravelmente o espaço físico, como disse Toni Pires, mas a tecnologia ampliou como nunca o espaço virtual.
Fazer jornalismo fotográfico, segundo Toni Pires, é um exercício do olhar, que diante da realidade social, conta histórias que vão além do que determina a pauta. É olhar para a árvore e para a floresta. É saber que o momento do clique é apenas uma pequena parte do trabalho, que envolve pesquisa, busca de informações, leitura, troca, arquivamento, tratamento de imagens, indexação. Redes sociais servem para muito mais coisas além de pedir "me adiciona aí...". Servem para buscar informações, trocar conhecimentos, pesquisar entrevistados, entender o contexto.
Toni Pires falou também sobre a digitalização e o tratamento das imagens, dizendo que a manipulação está longe da realidade das grandes redações, onde a ética e a seriedade dos profissionais é levada a sério. Falou também do tempo de maturação profissional. Segundo ele, um fotógrafo leva pelo menos dez anos para treinar o olhar, especializar-se, dominar completamente a técnica, os equipamentos e as novas tecnologias. Para quem busca especialização ou conhecimentos básicos, ele indica usar o conhecimento que está disponível gratuitamente na internet. Sites especializados, cursos on line, livros, imagens. E tudo de graça, bastando o domínio do idioma inglês e a inteligência para encontrar material de qualidade.
Infelizmente não fiz anotações sobre a palestra, mas a frase que ficou mais forte para mim foi: "os dois instrumentos de trabalho que o fotojornalista precisa são o olho e o cérebro. Pensem nisso."
6 de jun. de 2010
Para onde vão nossos impostos?
Sempre gostei de fazer tudo direitinho. Isso inclui pagar meus impostos, votar, cumprir obrigações de cidadã, de vizinha, de contribuinte. Andei trabalhando uma época de maneira informal, mas aos poucos venho me organizando para legalizar minha prestação de serviços. Com isso, passei a recolher os impostos devidos, em especial os de prestação de serviços. Em troca, a perspectiva de viver em uma cidade melhor. Espero sinceramente que isso aconteça no futuro.
Uberlândia tem sistemas razoáveis de serviços públicos, mas ainda faltam algumas coisas básicas, em especial ligadas aos direitos dos cidadãos. E falo de direitos básicos, como o de estacionar nosso carro na rua e ele ficar em segurança. Seria o mínimo a se esperar de uma cidade que tem segurança pública, certo? Errado! Por todo canto, em qualquer lugar em que se aglomere um número razoável de pessoas, somos subjugados pelos guardadores de carro, que se oferecem para olhar nosso veículo enquanto almoçamos, jantamos, vamos à missa, a um bar ou a um jogo de futebol. Acho um absurdo ter que pagar um guardador de carros, quando já pago impostos. Absurdo maior é deixar o carro em um estacionamento pago porque tenho medo de deixá-lo na rua. Moro perto de uma feira, onde aos sábados dois grupos de crianças ficam cobrando dinheiro dos motoristas para "olhar" os carros. Ora! As pessoas estão apenas indo à feira, durante o dia! Muitas vezes, marmanjos expulsam as crianças e ficam eles se oferecendo como vigias, ameaçando ainda mais os motoristas.
Outras vezes, temos que entrar na justiça para lutar pelos nossos direitos. Ontem li no jornal um termo de ajustamento de conduta, onde vizinhos de uma praça onde fica aberto um supermercado que funciona 24 horas conseguiram resolver um problema por meio judicional. Pelo que entendi, o supermercado atrai jovens arruaceiros, que compram bebidas e ficam fazendo algazarra na praça. Isso incomoda os vizinhos, que se uniram e entraram com uma ação judicial contra o poder público e o estabelecimento. Foi feito um acordo, onde por determinado tempo o supermercado reduzirá o tempo de funcionamento, a polícia militar vai colocar uma unidade fixa na praça e os moradores vão fiscalizar. Todos temos direito à tranquilidade. Ter que entrar na justiça para conseguir isso é no mínimo um contrasenso, mas estes vizinhos nos dão uma lição.
Talvez por comodismo ou preguiça, a gente deixa de lutar pelos nossos direitos. Paga imposto para ter segurança, mas paga estacionamento para não ter o carro roubado. Paga impostos para morar de maneira decente, onde quiser, mas tem que brigar na justiça por um pouco de sossego.
Parabéns aos vizinhos da praça Cícero Macedo. Li com interesse o termo de ajustamento de conduta no jornal da cidade, porque me chamou atenção o fato de cidadãos terem que recorrer à justiça pelo básico direito à tranquilidade. Essas coisas a imprensa não noticia...
Imagem extraída do Blog Eu Odeio Flanelinhas: http://euodeioflanelinhas.blogspot.com/
Uberlândia tem sistemas razoáveis de serviços públicos, mas ainda faltam algumas coisas básicas, em especial ligadas aos direitos dos cidadãos. E falo de direitos básicos, como o de estacionar nosso carro na rua e ele ficar em segurança. Seria o mínimo a se esperar de uma cidade que tem segurança pública, certo? Errado! Por todo canto, em qualquer lugar em que se aglomere um número razoável de pessoas, somos subjugados pelos guardadores de carro, que se oferecem para olhar nosso veículo enquanto almoçamos, jantamos, vamos à missa, a um bar ou a um jogo de futebol. Acho um absurdo ter que pagar um guardador de carros, quando já pago impostos. Absurdo maior é deixar o carro em um estacionamento pago porque tenho medo de deixá-lo na rua. Moro perto de uma feira, onde aos sábados dois grupos de crianças ficam cobrando dinheiro dos motoristas para "olhar" os carros. Ora! As pessoas estão apenas indo à feira, durante o dia! Muitas vezes, marmanjos expulsam as crianças e ficam eles se oferecendo como vigias, ameaçando ainda mais os motoristas.
Outras vezes, temos que entrar na justiça para lutar pelos nossos direitos. Ontem li no jornal um termo de ajustamento de conduta, onde vizinhos de uma praça onde fica aberto um supermercado que funciona 24 horas conseguiram resolver um problema por meio judicional. Pelo que entendi, o supermercado atrai jovens arruaceiros, que compram bebidas e ficam fazendo algazarra na praça. Isso incomoda os vizinhos, que se uniram e entraram com uma ação judicial contra o poder público e o estabelecimento. Foi feito um acordo, onde por determinado tempo o supermercado reduzirá o tempo de funcionamento, a polícia militar vai colocar uma unidade fixa na praça e os moradores vão fiscalizar. Todos temos direito à tranquilidade. Ter que entrar na justiça para conseguir isso é no mínimo um contrasenso, mas estes vizinhos nos dão uma lição.
Talvez por comodismo ou preguiça, a gente deixa de lutar pelos nossos direitos. Paga imposto para ter segurança, mas paga estacionamento para não ter o carro roubado. Paga impostos para morar de maneira decente, onde quiser, mas tem que brigar na justiça por um pouco de sossego.
Parabéns aos vizinhos da praça Cícero Macedo. Li com interesse o termo de ajustamento de conduta no jornal da cidade, porque me chamou atenção o fato de cidadãos terem que recorrer à justiça pelo básico direito à tranquilidade. Essas coisas a imprensa não noticia...
Imagem extraída do Blog Eu Odeio Flanelinhas: http://euodeioflanelinhas.blogspot.com/
5 de jun. de 2010
Jornalismo local
Resisto um pouco a escrever sobre o jornalismo que se pratica em Uberlândia porque entendo que as condições de sobrevivência de publicações (em especial as impressas) são desafiadoras. Fechar um jornal por dia, com poucos recursos humanos e financeiros, é uma difícil tarefa. Para realizá-la, talvez seja necessário mais criatividade, ousadia, proatividade, interesse, e, principalmente, força de vontade. Isso sem falar na educação, desde o ensino básico até o universitário.
A cidade conta com apenas um jornal impresso diário. Na medida do possível, ele tenta trazer conteúdo interessante e abrangente, mas normalmente não consegue cumprir esse intento. Na edição deste domingo, por exemplo, havia uma matéria no alto da página sobre dados relativos à prática do aborto no Brasil, que a imprensa nacional publicou há pelo menos dez dias.
Uma outra matéria, muito interessante sobre o transporte público, poderia ter ouvido mais usuários antes de partir para uma manchete tão elogiosa à administração municipal. O jornalista apresentou suas críticas em um pequeno trecho da reportagem, onde relatou suas dificuldades ao pegar vários ônibus em diferentes trechos da cidade. Excelente iniciativa. Ele também ouviu um ou dois usuários do transporte coletivo, em meio às milhares de pessoas que utilizam o transporte público todos os dias. Poderia ter explorado mais. Poderia ter ouvido especialistas em transporte público, motoristas de carros que se vêem "espremidos" por ônibus todos os dias nas ruas da cidade. Poderia ter flagrado ônibus que trafegam em alta velocidade, furam sinais, desrespeitam passageiros e pedestres.
Quando leio jornais e revistas locais, chama a minha atenção a carência para a produção de conteúdo local. Os telejornais conseguem apresentá-lo com maior frequencia, até porque suas matérias necessariamente precisam de imagem e entrevistas. Não são meros reprodutores de conteúdo produzido por agências noticiosas ou articulistas que querem divulgar seu nome. Mesmo quando pegam um tema nacional ou de agência noticiosa, buscam repercutí-lo localmente.
Reflito sobre o que leva a este cenário. Baixos salários? Falta de pautas? Falta de recursos para ouvir a população, fazer pesquisas, rodar pela cidade atrás de temas interessantes? Sei que existem justificativas e elas são plausíveis, mas vale a pena refletir: seria possível fazer de outro jeito?
Produzir um jornal, revista ou telejornal é matar um leão por dia. Os anunciantes da cidade não têm a cultura da mídia impressa, que por algum motivo consideram menor. Mas as dificuldades financeiras permeiam a mídia como um todo. É caro manter uma estrutura jornalística em funcionamento, com profissionais capacitados, pautas desafiadoras, com tempo para a produção de reportagens de qualidade.
Em Franca, cidade onde nasci, tem um jornal que até alguns anos atrás era péssimo. Mal escrito, mal editado, mal produzido. O filho do dono foi estudar jornalismo e fez uma revolução no periódico. Matérias melhores, plataformas unificadas (impresso e on line), profissionais mais capacitados, interação com leitores por meio de um conselho que se reúne periodicamente. A prioridade é o conteúdo local. Um caderno específico, chamado Brasil, traz as notícias do estado e do país.
Aos domingos, o jornal chega parrudo, com vários cadernos, todos ricos em conteúdo, principalmente local. Recentemente, acompanhei duas grandes reportagens feitas pelos profissionais de lá: uma sobre um prédio abandonado onde pessoas viviam como bichos e que mobilizou a cidade. Outra sobre pedofilia na igreja católica. Na primeira, o repórter e seu colega fotógrafo entraram no prédio abandonado, insalubre, ouviram histórias de vida, foram atrás das autoridades, do dono do prédio, das instituições que poderiam mudar aquela realidade. O tema foi trabalhado em diversas edições, provocou mudanças na realidade da cidade e fez com que todos refletissem a respeito. Ganhou repercussão nacional.
No segundo caso, um padre idoso, com reputação considerável, foi acusado de pedofilia por várias pessoas. O jornal ouviu as vítimas, o padre, a igreja, os católicos, os juristas e quantos mais tivessem algo a acrescentar. A discussão acendeu-se na cidade, o bispo afastou o padre e deixou que a justiça fizesse seu trabalho. O jornal colocou a mão em um vespeiro, numa cidade pequena, tradicionalmente católica. E bancou a briga.
Recentemente, Eugênio Bucci, jornalista que hoje é professor da Universidade de São Paulo, escreveu um texto fantástico para o Observatório da Imprensa, onde apresenta sua definição sobre o que é jornalismo. Reproduzo apenas alguns parágrafos:
A cidade conta com apenas um jornal impresso diário. Na medida do possível, ele tenta trazer conteúdo interessante e abrangente, mas normalmente não consegue cumprir esse intento. Na edição deste domingo, por exemplo, havia uma matéria no alto da página sobre dados relativos à prática do aborto no Brasil, que a imprensa nacional publicou há pelo menos dez dias.
Uma outra matéria, muito interessante sobre o transporte público, poderia ter ouvido mais usuários antes de partir para uma manchete tão elogiosa à administração municipal. O jornalista apresentou suas críticas em um pequeno trecho da reportagem, onde relatou suas dificuldades ao pegar vários ônibus em diferentes trechos da cidade. Excelente iniciativa. Ele também ouviu um ou dois usuários do transporte coletivo, em meio às milhares de pessoas que utilizam o transporte público todos os dias. Poderia ter explorado mais. Poderia ter ouvido especialistas em transporte público, motoristas de carros que se vêem "espremidos" por ônibus todos os dias nas ruas da cidade. Poderia ter flagrado ônibus que trafegam em alta velocidade, furam sinais, desrespeitam passageiros e pedestres.
Quando leio jornais e revistas locais, chama a minha atenção a carência para a produção de conteúdo local. Os telejornais conseguem apresentá-lo com maior frequencia, até porque suas matérias necessariamente precisam de imagem e entrevistas. Não são meros reprodutores de conteúdo produzido por agências noticiosas ou articulistas que querem divulgar seu nome. Mesmo quando pegam um tema nacional ou de agência noticiosa, buscam repercutí-lo localmente.
Reflito sobre o que leva a este cenário. Baixos salários? Falta de pautas? Falta de recursos para ouvir a população, fazer pesquisas, rodar pela cidade atrás de temas interessantes? Sei que existem justificativas e elas são plausíveis, mas vale a pena refletir: seria possível fazer de outro jeito?
Produzir um jornal, revista ou telejornal é matar um leão por dia. Os anunciantes da cidade não têm a cultura da mídia impressa, que por algum motivo consideram menor. Mas as dificuldades financeiras permeiam a mídia como um todo. É caro manter uma estrutura jornalística em funcionamento, com profissionais capacitados, pautas desafiadoras, com tempo para a produção de reportagens de qualidade.
Em Franca, cidade onde nasci, tem um jornal que até alguns anos atrás era péssimo. Mal escrito, mal editado, mal produzido. O filho do dono foi estudar jornalismo e fez uma revolução no periódico. Matérias melhores, plataformas unificadas (impresso e on line), profissionais mais capacitados, interação com leitores por meio de um conselho que se reúne periodicamente. A prioridade é o conteúdo local. Um caderno específico, chamado Brasil, traz as notícias do estado e do país.
Aos domingos, o jornal chega parrudo, com vários cadernos, todos ricos em conteúdo, principalmente local. Recentemente, acompanhei duas grandes reportagens feitas pelos profissionais de lá: uma sobre um prédio abandonado onde pessoas viviam como bichos e que mobilizou a cidade. Outra sobre pedofilia na igreja católica. Na primeira, o repórter e seu colega fotógrafo entraram no prédio abandonado, insalubre, ouviram histórias de vida, foram atrás das autoridades, do dono do prédio, das instituições que poderiam mudar aquela realidade. O tema foi trabalhado em diversas edições, provocou mudanças na realidade da cidade e fez com que todos refletissem a respeito. Ganhou repercussão nacional.
No segundo caso, um padre idoso, com reputação considerável, foi acusado de pedofilia por várias pessoas. O jornal ouviu as vítimas, o padre, a igreja, os católicos, os juristas e quantos mais tivessem algo a acrescentar. A discussão acendeu-se na cidade, o bispo afastou o padre e deixou que a justiça fizesse seu trabalho. O jornal colocou a mão em um vespeiro, numa cidade pequena, tradicionalmente católica. E bancou a briga.
Recentemente, Eugênio Bucci, jornalista que hoje é professor da Universidade de São Paulo, escreveu um texto fantástico para o Observatório da Imprensa, onde apresenta sua definição sobre o que é jornalismo. Reproduzo apenas alguns parágrafos:
- O jornalismo é a profissão dos que se encontram socialmente encarregados de atender o cidadão em seu direito à informação.
- Essa profissão se define por um conjunto das práticas, lícitas e legítimas, que se estendem dos procedimentos de apuração dos fatos a padrões discursivos que os noticiam, em diálogo com as fontes e com o público. Nesse sentido, o jornalismo é um método de conhecimento imediato do mundo, baseado na reportagem (investigação) e uma narrativa específica, com base na precisão e na objetividade.
- Tanto a reportagem quanto a narrativa específica que ela enseja – o relato noticioso e o debate das idéias e de interesse público – se definem pela independência. Para noticiar os acontecimentos e as manifestações que afetam a expectativa dos cidadãos em relação ao seu futuro próximo, à sua identidade e aos seus direitos, a imprensa precisa demarcar sua liberdade prática e cotidiana.
- Visto dessa perspectiva, o jornalismo é o método pelo qual a instituição da imprensa age na democracia, um método cujo centro se apóia na independência em relação ao poder político e ao poder econômico.
Economia solidária
Está acontecendo na Praça Tubal Vilela o Arraial da Ação Moradia, uma organização não governamental que faz um trabalho dos mais interessantes para a promoção humana. Literalmente, mais do que dar o peixe, a Ação Moradia vem ensinando a população atendida a pescar, por meio de projetos que possibilitam que essas pessoas possam encontrar alguma atividade financeira onde consigam conquistar renda e condições mais dignas de vida. A festa é tradicional, acontecerá todos os fins de semana do mês de junho e os recursos arrecadados ajudam na manutenção da estrutura da ONG.
Há muitos anos, quando trabalhava em uma grande empresa local, participei de um projeto de doação de recursos para a Instituição, que ajudou a finalizar a montagem de um prédio no bairro Morumbi, em Uberlândia, onde são desenvolvidas diversas atividades para a promoção dos moradores. Artesanato, salão de beleza, buffet, entre vários outras iniciativas capacitam as pessoas para ganharem seu próprio dinheiro. A cada contato que tenho com a instituição, percebo que o investimento feito naquela época foi bem aplicado e vem gerando lucros sociais muito grandes.
Um dos destaques da Ação Moradia é a fabricação de tijolos ecológicos, que permitem a construção de unidades habitacionais de qualidade, a baixo custo e em regime de mutirão. As pessoas fabricam os tijolos que construirão suas próprias casas. A ONG desenvolveu também sistemas de aquecimento solar de baixo custo, para reduzir despesas com energia elétrica e ao mesmo tempo preservar os recursos do planeta. Tudo muito bem organizado.
A Ação Moradia desenvolve também um trabalho de captação de recursos muito profissional, atraindo para sua obra o investimento necessário à ampliação de sua estrutura e dos serviços de promoção humana que presta. Outras organizações poderiam aprender com a experiência deles.
Há muitos anos, participei da inauguração do prédio no bairro Morumbi. Em uma pedra fundamental, crianças e adultos colocaram mensagens em tubos, que foram enterrados. Lembro-me que, na época, a equipe de cidadania da empresa onde trabalhava colocou em seu recado o desejo de que aquele investimento desse frutos. Hoje, podemos conferí-los. Bons exemplos devem ser compartilhados e multiplicados.
Quem quiser saber mais pode consultar o site http://www.acaomoradia.org.br/
Há muitos anos, quando trabalhava em uma grande empresa local, participei de um projeto de doação de recursos para a Instituição, que ajudou a finalizar a montagem de um prédio no bairro Morumbi, em Uberlândia, onde são desenvolvidas diversas atividades para a promoção dos moradores. Artesanato, salão de beleza, buffet, entre vários outras iniciativas capacitam as pessoas para ganharem seu próprio dinheiro. A cada contato que tenho com a instituição, percebo que o investimento feito naquela época foi bem aplicado e vem gerando lucros sociais muito grandes.
Um dos destaques da Ação Moradia é a fabricação de tijolos ecológicos, que permitem a construção de unidades habitacionais de qualidade, a baixo custo e em regime de mutirão. As pessoas fabricam os tijolos que construirão suas próprias casas. A ONG desenvolveu também sistemas de aquecimento solar de baixo custo, para reduzir despesas com energia elétrica e ao mesmo tempo preservar os recursos do planeta. Tudo muito bem organizado.
A Ação Moradia desenvolve também um trabalho de captação de recursos muito profissional, atraindo para sua obra o investimento necessário à ampliação de sua estrutura e dos serviços de promoção humana que presta. Outras organizações poderiam aprender com a experiência deles.
Há muitos anos, participei da inauguração do prédio no bairro Morumbi. Em uma pedra fundamental, crianças e adultos colocaram mensagens em tubos, que foram enterrados. Lembro-me que, na época, a equipe de cidadania da empresa onde trabalhava colocou em seu recado o desejo de que aquele investimento desse frutos. Hoje, podemos conferí-los. Bons exemplos devem ser compartilhados e multiplicados.
Quem quiser saber mais pode consultar o site http://www.acaomoradia.org.br/
Pequeno tratado das grandes alegrias
Já reparou como coisas pequenas podem trazer enormes alegrias? Estava pensando a respeito disso agora, quando desci para colocar roupa na máquina de lavar e dei de cara com uma bela flor branca cujo botão se abriu no pequeno Manacá que cultivo no quintal de casa.
Violetas, orquídeas, calanchoes, beijos, azaléas, trevos de quatro folhas, bonsai... todos moram no meu quintal e florescem vez ou outra, quando chegada a hora. As pragas insistem em comer suas folhas, o sol ou a chuva fortalecem ou enfraquecem, mas os botões estão todos lá, em seu potencial de virar flor. Penso que assim também somos nós. Desabrochamos quando é chegada a hora. Desabrochamos para o amor, para a carreira, para a maternidade, para envelhecer, para os outros. Mas diferentemente do que acontece na natureza, a gente se inquieta quando o desabrochar demora. A gente quer tudo ao mesmo tempo e agora. Quer virar flor quando ainda está nutrindo as folhas. Quer abrir botão quando ainda está fortalecendo as raízes. Existe um tempo de preparo, de expectativa e ansiedade que precisa ser vencido antes de virar flor. As flores do meu quintal sabem disso. Por mais que eu as vigie, elas brotam apenas quando estão prontas. Não quando eu quero.
A natureza ensina. Observar o desabrochar do Manacá no meu quintal me ensina e perceber que o momento de desabrochar depende do lado de fora (sol, temperatura, água, terra) e do lado de dentro (amadurecimento). Quando uma flor desabrocha, na verdade ela explode, pois já não cabe em si. E nessa explosão, a beleza toma conta do meu pequeno quintal.
Para os amigos Marcelo Couto e Marco Lara, que me deram as plantas que são as rainhas do quintal, um bonsai de mais de 15 anos e uma pata de elefante. Ambos não dão flores, mas me encantam com seus brotos. Mais que belas plantas, são símbolos de amizade.
Há algumas semanas acompanho os botões, que brotaram como se fosse pipoca pulando na panela dos meus vasos. A pequena árvore está carregada de flores potenciais, que esperam pacientemente o momento de se abrir. E o Manacá tem uma característica interessante. A flor nasce branca, vai ficando rosada, desbota e por fim cai, em um ou dois dias.
Quando vi a primeira flor aberta, pequena e linda, vivi um desses momentos de alegria inexplicável. Como quando a gente encontra por acaso com uma amiga de quem gosta muito, justo no dia do aniversário dela (isso me aconteceu ontem!). Ou encontra uma foto de um momento especial. Ou abre a janela e dá de cara com a Lua Cheia. Ou ainda quando começa a tocar Woman, do John Lennon, no rádio (o que acontece nese momento). Alegria que chega sem mais nem menos e toma conta.
Ontem, conversando com uma amiga, ela me contava que fica vigiando os botões de suas plantas, esperando que as flores desabrochem. Costumo fazer isso também. Minha casa é cheia de plantas, em especial as floridas. Fico esperando os botões, depois as flores. Comemoro cada uma delas. Fico namorando todo o processo e sempre reflito sobre a sabedoria da natureza. A planta tem a hora certa de desabrochar. E ela não vai fazer isso nem antes, nem depois. As condições climáticas resultantes do aquecimento global tem feito com que elas fiquem um pouco confusas, mas elas desabrocham quando é chegada a hora.Violetas, orquídeas, calanchoes, beijos, azaléas, trevos de quatro folhas, bonsai... todos moram no meu quintal e florescem vez ou outra, quando chegada a hora. As pragas insistem em comer suas folhas, o sol ou a chuva fortalecem ou enfraquecem, mas os botões estão todos lá, em seu potencial de virar flor. Penso que assim também somos nós. Desabrochamos quando é chegada a hora. Desabrochamos para o amor, para a carreira, para a maternidade, para envelhecer, para os outros. Mas diferentemente do que acontece na natureza, a gente se inquieta quando o desabrochar demora. A gente quer tudo ao mesmo tempo e agora. Quer virar flor quando ainda está nutrindo as folhas. Quer abrir botão quando ainda está fortalecendo as raízes. Existe um tempo de preparo, de expectativa e ansiedade que precisa ser vencido antes de virar flor. As flores do meu quintal sabem disso. Por mais que eu as vigie, elas brotam apenas quando estão prontas. Não quando eu quero.
A natureza ensina. Observar o desabrochar do Manacá no meu quintal me ensina e perceber que o momento de desabrochar depende do lado de fora (sol, temperatura, água, terra) e do lado de dentro (amadurecimento). Quando uma flor desabrocha, na verdade ela explode, pois já não cabe em si. E nessa explosão, a beleza toma conta do meu pequeno quintal.
Para os amigos Marcelo Couto e Marco Lara, que me deram as plantas que são as rainhas do quintal, um bonsai de mais de 15 anos e uma pata de elefante. Ambos não dão flores, mas me encantam com seus brotos. Mais que belas plantas, são símbolos de amizade.
2 de jun. de 2010
Você já agradeceu seus pais?
Não sou terapeuta, mas dizem que muito do que somos no presente é de alguma maneira reflexo das experiências que vivemos quando éramos crianças. De alguma maneira, elas grudam na alma da gente e ficam lá, do jeito que a gente conseguia entender com a cabeça de criança. Isso pode originar coisas boas e também coisas com as quais teremos que aprender a lidar, dependendo do tipo de educação que a gente tiver.
Meus pais, como todos os pais do mundo, fizeram um bom trabalho. Deram algumas mancadas, afinal, ninguém é perfeito... perfeito... perfeito... Mas hoje, quando olho para trás, vejo que chegou minha hora de agradecer aos meus pais pela pessoa que sou. E entendi isso ontem, ao assistir a uma apresentação da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, em um belo espetáculo ao ar livre, sobre o qual já escrevi bastante aqui. Mas... o que isso tem a ver com meus pais? Por que agradecê-los só agora, se eles fazem tudo por mim há 41 anos?
A música de ontem me levou para a infância. Desde muito cedo, meus pais se preocuparam em nos deixar um legado: cultura. Não me lembro quando foi a primeira vez que fui a um concerto, mas eu era bem criança. A música clássica é de uma beleza ímpar, que toca a alma de uma maneira muito profunda. A tal ponto que na menina que fui um dia, ela ficou gravada como sinônimo de perfeição.
Meus pais levavam a mim e a minhas irmãs nos mais diferentes eventos. Teatro, cavalhadas, shows, cinema, dança. Eles se preocuparam em desenvolver em nós o gosto pela leitura. Lembro-me que meu pai tinha uma imensa mala vermelha, onde ele trazia gibis do Tio Patinhas, a revista Manchete e livros, muitos livros, da Editora Abril. Primeiro vieram os clássicos escritos para que jovens pudessem entender Alexandre Dumas e Julio Verne. Depois autores brasileiros como Monteiro Lobato e as peripécias da Emília, Edy Lima com a hilariante Vaca Voadora, Maria José Dupre e as aventuras do Cachorrinho Samba. Meu pai dizia que deveríamos ler de tudo, independente da ordem. Quer um gibi? Uma revista? Um livro? Não importa o que vai ler, mas leia.
Lembro-me até hoje de uma das personagens da Vaca Voadora, que morreu de rir depois de ser pedida em casamento. E da Emília que falava sem parar e para todos os problemas usava seu pó de pirlimpimpim. Tivemos um cachorro chamado Samba por causa do livro, um fox terrier que fugiu de casa por não gostar de solidão.
Minha mãe me incentivou a pintar. Mesmo sem condições, me matriculou em uma escola de desenho, onde desenvolvi um pouco um talento que, anos depois, deixei morrer. Ela era o lado racional da família, o alicerce emocional e financeiro. Ela nos ensinou a assumir responsabilidades desde cedo. Depois que meu pai morreu, nós assumimos os cuidados com a casa. Almoço, arrumação, tudo era por nossa conta. Eu gostava de arrumar a casa aos sábados, antes de ela chegar do trabalho. Gostava de deixar tudo brilhando. A gente tirava pó das centenas de livros e discos na estante, encerava o chão, fazia almoço. Criança tinha responsabilidades e elas eram cumpridas com prazer algumas vezes, com birra em outras.
Essa experiência me ensinou a ter amor pela minha própria casa. A gostar de ter tudo sempre arrumado, a gostar de cozinhar, de inventar. Lembro que eu morria de medo de acender fósforo e de fritura. Mas aprendi a cozinhar mesmo assim, para uma família de cinco pessoas. Eu devia ter pouco mais de dez anos de idade.
Meu pai me ensinou a gostar de arte. Minha mãe me ensinou a ser prática. Meu pai me ensinou a sonhar. Minha mãe me ensinou a realizar. Eles diziam que eram como "o feijão e o sonho", livro de Orígenes Lessa que tornou-se novela na década de 70.
Cada um à sua maneira, elas foram responsáveis por fazer de mim o que sou hoje. Com defeitos, muitos defeitos... e algumas qualidades. Mas o que mais agradeço, todos os dias, é porque meus pais me deram educação, me deram cultura, me deram berço. Nunca fomos ricos, financeiramente falando, mas sempre fomos ricos. O amor que tenho pelas letras, pela música, pelas artes, por cinema, por livros... devo tudo isso a eles. Meus pais me ensinaram que vale a pena ser gentil, vale a pena acreditar em mim. Eles sempre me disseram que eu conquistaria tudo o que quisesse. Esqueceram de dizer que haveria dificuldades, momentos de solidão e dor. Mas eles me prepararam da melhor maneira possível.
Infelizmente, vivo esquecendo de agradecer aos meus pais. Um deles, meu pai, já está do lado de lá. Ontem, enquanto ouvia a Filarmônica executando "O Guarani", pude ver seu rosto me dizendo que não preciso agradecer. Ele me disse que está sempre comigo, onde eu estiver. Ele, que tanto apreciou música clássica, passou por ali apenas para dizer que está orgulhoso de mim. As lágrimas caiam fortes. Minha mãe continua firme e forte. Ela sempre diz "Eu te amo" quando desliga o telefone, em nossas conversar dominicais que seguem firmes há mais de vinte anos.
Ontem, durante a apresentação da Orquestra, eu agredeci aos meus pais milhares de vezes, por fazer de mim a pessoa que sou. Agradeci a Deus por ter me dado esses dois como pais. Como em tudo na vida, há acertos e erros, mas creio que eles fizeram um bom trabalho.
Meus pais, como todos os pais do mundo, fizeram um bom trabalho. Deram algumas mancadas, afinal, ninguém é perfeito... perfeito... perfeito... Mas hoje, quando olho para trás, vejo que chegou minha hora de agradecer aos meus pais pela pessoa que sou. E entendi isso ontem, ao assistir a uma apresentação da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, em um belo espetáculo ao ar livre, sobre o qual já escrevi bastante aqui. Mas... o que isso tem a ver com meus pais? Por que agradecê-los só agora, se eles fazem tudo por mim há 41 anos?
A música de ontem me levou para a infância. Desde muito cedo, meus pais se preocuparam em nos deixar um legado: cultura. Não me lembro quando foi a primeira vez que fui a um concerto, mas eu era bem criança. A música clássica é de uma beleza ímpar, que toca a alma de uma maneira muito profunda. A tal ponto que na menina que fui um dia, ela ficou gravada como sinônimo de perfeição.
Meus pais levavam a mim e a minhas irmãs nos mais diferentes eventos. Teatro, cavalhadas, shows, cinema, dança. Eles se preocuparam em desenvolver em nós o gosto pela leitura. Lembro-me que meu pai tinha uma imensa mala vermelha, onde ele trazia gibis do Tio Patinhas, a revista Manchete e livros, muitos livros, da Editora Abril. Primeiro vieram os clássicos escritos para que jovens pudessem entender Alexandre Dumas e Julio Verne. Depois autores brasileiros como Monteiro Lobato e as peripécias da Emília, Edy Lima com a hilariante Vaca Voadora, Maria José Dupre e as aventuras do Cachorrinho Samba. Meu pai dizia que deveríamos ler de tudo, independente da ordem. Quer um gibi? Uma revista? Um livro? Não importa o que vai ler, mas leia.
Lembro-me até hoje de uma das personagens da Vaca Voadora, que morreu de rir depois de ser pedida em casamento. E da Emília que falava sem parar e para todos os problemas usava seu pó de pirlimpimpim. Tivemos um cachorro chamado Samba por causa do livro, um fox terrier que fugiu de casa por não gostar de solidão.
Minha mãe me incentivou a pintar. Mesmo sem condições, me matriculou em uma escola de desenho, onde desenvolvi um pouco um talento que, anos depois, deixei morrer. Ela era o lado racional da família, o alicerce emocional e financeiro. Ela nos ensinou a assumir responsabilidades desde cedo. Depois que meu pai morreu, nós assumimos os cuidados com a casa. Almoço, arrumação, tudo era por nossa conta. Eu gostava de arrumar a casa aos sábados, antes de ela chegar do trabalho. Gostava de deixar tudo brilhando. A gente tirava pó das centenas de livros e discos na estante, encerava o chão, fazia almoço. Criança tinha responsabilidades e elas eram cumpridas com prazer algumas vezes, com birra em outras.
Essa experiência me ensinou a ter amor pela minha própria casa. A gostar de ter tudo sempre arrumado, a gostar de cozinhar, de inventar. Lembro que eu morria de medo de acender fósforo e de fritura. Mas aprendi a cozinhar mesmo assim, para uma família de cinco pessoas. Eu devia ter pouco mais de dez anos de idade.
Meu pai me ensinou a gostar de arte. Minha mãe me ensinou a ser prática. Meu pai me ensinou a sonhar. Minha mãe me ensinou a realizar. Eles diziam que eram como "o feijão e o sonho", livro de Orígenes Lessa que tornou-se novela na década de 70.
Cada um à sua maneira, elas foram responsáveis por fazer de mim o que sou hoje. Com defeitos, muitos defeitos... e algumas qualidades. Mas o que mais agradeço, todos os dias, é porque meus pais me deram educação, me deram cultura, me deram berço. Nunca fomos ricos, financeiramente falando, mas sempre fomos ricos. O amor que tenho pelas letras, pela música, pelas artes, por cinema, por livros... devo tudo isso a eles. Meus pais me ensinaram que vale a pena ser gentil, vale a pena acreditar em mim. Eles sempre me disseram que eu conquistaria tudo o que quisesse. Esqueceram de dizer que haveria dificuldades, momentos de solidão e dor. Mas eles me prepararam da melhor maneira possível.
Infelizmente, vivo esquecendo de agradecer aos meus pais. Um deles, meu pai, já está do lado de lá. Ontem, enquanto ouvia a Filarmônica executando "O Guarani", pude ver seu rosto me dizendo que não preciso agradecer. Ele me disse que está sempre comigo, onde eu estiver. Ele, que tanto apreciou música clássica, passou por ali apenas para dizer que está orgulhoso de mim. As lágrimas caiam fortes. Minha mãe continua firme e forte. Ela sempre diz "Eu te amo" quando desliga o telefone, em nossas conversar dominicais que seguem firmes há mais de vinte anos.
Ontem, durante a apresentação da Orquestra, eu agredeci aos meus pais milhares de vezes, por fazer de mim a pessoa que sou. Agradeci a Deus por ter me dado esses dois como pais. Como em tudo na vida, há acertos e erros, mas creio que eles fizeram um bom trabalho.
O espetáculo que meus olhos viram
No último sábado, 19 de junho, tive o privilégio de assistir a uma apresentação da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, com patrocínio da empresa uberlandense CTBC e apoio da prefeitura municipal. Centenas de pessoas foram às obras do novo teatro da cidade, na avenida Rondon Pacheco, numa noite quase fria de outono, com a Lua Crescente por testemunha, apreciar um pouco de música clássica, popular, universal.
Sentei-me bem à frente, na quarta fileira. Meus ouvidos assistiram a um espetáculo. Meus olhos viram vários. Minha mente viajou por tantos outros, gravados no passado. Meus ouvidos foram presenteados com peças clássicas e populares da mais alta qualidade, começando com o Hino Nacional, passando por Romeu e Julieta, chegando ao êxtase em "O Guarani" e terminando com o "Tico tico no fubá" mais original ao qual já assisti. Fui às lágrimas inúmeras vezes, de pura emoção. Era tanta, a emoção, que parecia que o coração nem cabia no peito.
Meus olhos viram outro espetáculo. Viram pessoas embevecidas. Pessoas que eram todas olhos, ouvidos, sorrisos, experiências individuais, onde foram levadas em suas mentes para lugares muito particulares. A palavra embevecer, tão pouco usada nos dias de hoje, significa ficar em êxtase, ser arrebatado, cativado, encantado. Em algumas peças, ao invés de olhar para o palco, eu olhava para os rostos embevecidos das pessoas. Era como se todas compartilhassem, magicamente, de um mesmo sorriso. Idosos, homens, mulheres, crianças, todos enlevados pela música, transportados em uma nave feita de clave de sol para o Planeta Música, onde habitam Mozart, Carlos Gomes, Tchaikovsky, entre outros.
Meus olhos viram uma belíssima quebra de protocolo, quando crianças que estavam em pé ao lado das cadeiras, começaram a sentar-se no chão, em frente às cadeiras colocadas para os convidados considerados importantes. Crianças que se sentaram aos pés da primeira dama de Uberlândia, da presidente da Associação Comercial, de diretores de empresas. O movimento começou com uma, depois outra e outra e outra. Alguns adultos se arriscaram e aos poucos o chão virou espaço nobre. Aquelas crianças assistiram ao espetáculo, literalmente, de camarote. Ser criança é tudo de bom!
O mais legal foi que ninguém impediu. O gesto foi natural. E a arte é isso. Se "a praça é do povo, como o céu é do condor", como dizia Castro Alves, o chão daquela praça do teatro era das crianças e elas prazeirosamente se apossaram dele. Foi lindo de ver. Elas quietas, apreciando música clássica. Muitas imitavam o maestro, com suas batutas imaginárias levantadas ao céu. Talvez daquele momento, tão próximo, surjam futuros musicistas.
Outro gesto lindo foi o do presidente da Orquestra. Sentado na primeira fila, ao ver uma mulher se sentando no chão, com uma criança no colo, ele levantou-se e convidou-a a sentar no lugar que ele ocupava. Dá para imaginar isso na nossa cidade? O gesto merecia ser aplaudido, mas poucas pessoas o viram. Neste momento, eu fiquei embevecida. Ela assistiu ao espetáculo com seu bebê, ambos embalados pela música e por uma coisa tão simples, talvez até fora de moda: gentileza.
Arte é algo que deve voltar-se às pessoas. A apresentação de sábado mostrou isso. Foi um presente para a cidade. Um presente proporcionado pela CTBC e pela prefeitura. O novo teatro tem fome de arte. Ele pede para ficar pronto.
Ao término da apresentação, eu havia me emocionado muito, chorado muito, me sentido muito grata pela vida e por estar ali, naquele singelo momento da mais pura felicidade.
Este texto é minha forma de agradecer e reconhecer a todos que possibilitaram este maravilhoso espetáculo. E à minha amiga Margareth, que esteve ao meu lado e se embeveceu tanto quanto eu.
Sentei-me bem à frente, na quarta fileira. Meus ouvidos assistiram a um espetáculo. Meus olhos viram vários. Minha mente viajou por tantos outros, gravados no passado. Meus ouvidos foram presenteados com peças clássicas e populares da mais alta qualidade, começando com o Hino Nacional, passando por Romeu e Julieta, chegando ao êxtase em "O Guarani" e terminando com o "Tico tico no fubá" mais original ao qual já assisti. Fui às lágrimas inúmeras vezes, de pura emoção. Era tanta, a emoção, que parecia que o coração nem cabia no peito.
Meus olhos viram outro espetáculo. Viram pessoas embevecidas. Pessoas que eram todas olhos, ouvidos, sorrisos, experiências individuais, onde foram levadas em suas mentes para lugares muito particulares. A palavra embevecer, tão pouco usada nos dias de hoje, significa ficar em êxtase, ser arrebatado, cativado, encantado. Em algumas peças, ao invés de olhar para o palco, eu olhava para os rostos embevecidos das pessoas. Era como se todas compartilhassem, magicamente, de um mesmo sorriso. Idosos, homens, mulheres, crianças, todos enlevados pela música, transportados em uma nave feita de clave de sol para o Planeta Música, onde habitam Mozart, Carlos Gomes, Tchaikovsky, entre outros.
Meus olhos viram uma belíssima quebra de protocolo, quando crianças que estavam em pé ao lado das cadeiras, começaram a sentar-se no chão, em frente às cadeiras colocadas para os convidados considerados importantes. Crianças que se sentaram aos pés da primeira dama de Uberlândia, da presidente da Associação Comercial, de diretores de empresas. O movimento começou com uma, depois outra e outra e outra. Alguns adultos se arriscaram e aos poucos o chão virou espaço nobre. Aquelas crianças assistiram ao espetáculo, literalmente, de camarote. Ser criança é tudo de bom!
O mais legal foi que ninguém impediu. O gesto foi natural. E a arte é isso. Se "a praça é do povo, como o céu é do condor", como dizia Castro Alves, o chão daquela praça do teatro era das crianças e elas prazeirosamente se apossaram dele. Foi lindo de ver. Elas quietas, apreciando música clássica. Muitas imitavam o maestro, com suas batutas imaginárias levantadas ao céu. Talvez daquele momento, tão próximo, surjam futuros musicistas.
Outro gesto lindo foi o do presidente da Orquestra. Sentado na primeira fila, ao ver uma mulher se sentando no chão, com uma criança no colo, ele levantou-se e convidou-a a sentar no lugar que ele ocupava. Dá para imaginar isso na nossa cidade? O gesto merecia ser aplaudido, mas poucas pessoas o viram. Neste momento, eu fiquei embevecida. Ela assistiu ao espetáculo com seu bebê, ambos embalados pela música e por uma coisa tão simples, talvez até fora de moda: gentileza.
Arte é algo que deve voltar-se às pessoas. A apresentação de sábado mostrou isso. Foi um presente para a cidade. Um presente proporcionado pela CTBC e pela prefeitura. O novo teatro tem fome de arte. Ele pede para ficar pronto.
Ao término da apresentação, eu havia me emocionado muito, chorado muito, me sentido muito grata pela vida e por estar ali, naquele singelo momento da mais pura felicidade.
Este texto é minha forma de agradecer e reconhecer a todos que possibilitaram este maravilhoso espetáculo. E à minha amiga Margareth, que esteve ao meu lado e se embeveceu tanto quanto eu.
É preciso investir em cultura!
Investir em cultura é um bom caminho para uma empresa que queira efetivamente estreitar os laços com a comunidade, fortalecer sua imagem e reputação corporativas. Tanto que existem leis de renúncia fiscal para organizações que queiram apoiar a realização de espetáculos nas mais diversas modalidades artísticas, incluindo música, teatro, cinema, artes plásticas, dança, etc. Os recursos também podem ser destinados a projetos culturais diversos.
As leis de incentivo, no entanto, envolvem uma contrapartida da empresa que delas se beneficia. Isso quer dizer que, em alguns casos,o governo (municipal, estadual ou federal) entra com uma parte dos recursos e a empresa tem que entrar com outra. Além disso, projetos que se beneficiam de renúncia fiscal precisam oferecer acesso gratuito e amplo à população, para que a arte possa ser democratizada e esteja acessível a diferentes faixas da sociedade. Não conheço bem os mecanismos, mas creio que funcionem assim.
Nossa cidade tem muitas empresas grandes cujo recolhimento de impostos provavelmente é suficiente para investir em cultura por meio das leis de incentivo fiscais. Por que será que esse investimento ainda não é feito de forma maciça? Exceto pela CTBC, que há mais de dez anos promove espetáculos e projetos culturais utilizando-se desse benefício, o que se vê na cidade são ações esporádicas, patrocínios pontuais a peças e eventos, que são bastante positivos, mas talvez não sejam suficientes. O grupo Martins também vem investindo, em especial possibilitando a gravação de CDs, como o Parangolé, do grupo Encantar e o Daqui, do Quarteto Vagamundo. Além disso, apoiam um projeto de música instrumental, coordenado pela musicista Cora Pavan Caparelli, fundadora do Conservartório Musical da cidade.
Raras são as iniciativas como a apresentação da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, realizada neste fim de semana com patrocínio da CTBC. O Festival de Dança do Triângulo é uma sombra do que foi e a Cia. de Dança Balé de Rua (foto) faz mais sucesso lá fora do que aqui, profissional e financeiramente falando.
Pesquisando na internet descobri que embora tenham projetos aprovados na lei estadual e nacional de incentivo à cultura, receberam apoio da Usiminas para a construção de sua sede, transformada em Centro Cultural. Lembro-me que quando eles ainda estava começando, a CTBC foi a primeira a apoiar, permitindo que os bailarinos tivesse um salário e carteira assinada, muitos pela primeira vez em suas vidas. Na época eu era assessora de imprensa da empresa e lembro-me da emoção do Fenrando Narduchi ao falar a respeito.
Não tenho dados, mas creio que boa parte das empresas locais são elegíveis a usar recursos da Lei Rouanet (federal) e das leis estuduais (ICMS) e municipais (ISS e IPTU) de cultura. Talvez não o façam por desconhecimento, falta de interesse, preocupação com os investimentos em contrapartida, entre vários outros motivos. Definitivamente, não é pela falta de bons projetos. Já assisti a uma montagem de "O Guarani" no teatro Rondon Pacheco. "Simbad, o Marinheiro" é um primor do teatro infantil. Artistas plásticos como Assis Guimarães e Charles Chaim enchem nossos olhos. Isso para citar apenas alguns.
O teatro que está sendo construído na avenida Rondon Pacheco é uma prova do quanto as empresas investem pouco em cultura. Ele está em obras já há alguns anos. Quando finalmente estiver pronto, Uberlândia poderá receber espetáculos teatrais e musicais que exigem um espaço mais adequado. Poderá também oferecer para os artistas locais um espaço mais adequado para sua arte. Até onde sei, o teatro está sendo construído com recursos de leis de incentivo. Diversas empresas tem feito doações, mas ainda falta muita coisa. Falta a sociedade se mobilizar, as empresas se organizarem, buscarem informações sobre como podem transformar uma parte de seus impostos devidos em patrimônio tangível (o teatro) e intangível (o desenvolvimento dos artistas) de nossa cidade.
Cidadãos que participam de eventos culturais desenvolvem várias características que precisamos fortalecer em nome de uma sociedade mais justa. Desenvolvem o prazer pela arte, o respeito pelo outro enquanto ele se apresenta, o desafio intelectual de interpretar e ressignificar uma obra. A arte ajuda a formar pessoas melhores, mais sensíveis e atentas ao que acontece em volta.
Mas para que possa manter-se, a arte precisa de apoio, de patrocínio, de apoio público e privado para o financiamento de suas despesas. Uma empresa que investe em arte está investindo em uma nova sociedade, com pessoas mais críticas, mais criativas, mais abertas a busca de soluções. E essas pessoas vão trabalhar nessas empresas, vão consumir produtos dessas empresas.
Pouca gente sabe, mas em Uberlândia existem profissionais especializados em orientar empresas para a gestão e desenvolvimento de projetos culturais, de modo que possam ser adequados às leis de incentivo. Uma delas é a Moinho Cultural, que atende e orienta a CTBC. O blog da empresa está um pouco desatualizado, mas permite ver um pouco do que é o trabalho: http://moinhocultural.blogspot.com/
Se você é empresário, procure informar-se e ver como pode participar. Se você é gestor de comunicação em alguma empresa, mostre para seus líderes o quanto o investimento em cultura contribui para melhorar a imagem e fortalecer a reputação corporativa.
É um investimento onde todos ganham e onde precisamos aprender a enxergar um outro tipo de lucro, intangível, que agrega um grande valor à marca. Uma sociedade melhor.
Foto do teatro em obras extraída do site http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=46226933
Foto da Cia.de Dança Balé de Rua extraída do blog http://jornalismodebolso.posterous.com/
As leis de incentivo, no entanto, envolvem uma contrapartida da empresa que delas se beneficia. Isso quer dizer que, em alguns casos,o governo (municipal, estadual ou federal) entra com uma parte dos recursos e a empresa tem que entrar com outra. Além disso, projetos que se beneficiam de renúncia fiscal precisam oferecer acesso gratuito e amplo à população, para que a arte possa ser democratizada e esteja acessível a diferentes faixas da sociedade. Não conheço bem os mecanismos, mas creio que funcionem assim.
Nossa cidade tem muitas empresas grandes cujo recolhimento de impostos provavelmente é suficiente para investir em cultura por meio das leis de incentivo fiscais. Por que será que esse investimento ainda não é feito de forma maciça? Exceto pela CTBC, que há mais de dez anos promove espetáculos e projetos culturais utilizando-se desse benefício, o que se vê na cidade são ações esporádicas, patrocínios pontuais a peças e eventos, que são bastante positivos, mas talvez não sejam suficientes. O grupo Martins também vem investindo, em especial possibilitando a gravação de CDs, como o Parangolé, do grupo Encantar e o Daqui, do Quarteto Vagamundo. Além disso, apoiam um projeto de música instrumental, coordenado pela musicista Cora Pavan Caparelli, fundadora do Conservartório Musical da cidade.
Raras são as iniciativas como a apresentação da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, realizada neste fim de semana com patrocínio da CTBC. O Festival de Dança do Triângulo é uma sombra do que foi e a Cia. de Dança Balé de Rua (foto) faz mais sucesso lá fora do que aqui, profissional e financeiramente falando.
Pesquisando na internet descobri que embora tenham projetos aprovados na lei estadual e nacional de incentivo à cultura, receberam apoio da Usiminas para a construção de sua sede, transformada em Centro Cultural. Lembro-me que quando eles ainda estava começando, a CTBC foi a primeira a apoiar, permitindo que os bailarinos tivesse um salário e carteira assinada, muitos pela primeira vez em suas vidas. Na época eu era assessora de imprensa da empresa e lembro-me da emoção do Fenrando Narduchi ao falar a respeito.
Não tenho dados, mas creio que boa parte das empresas locais são elegíveis a usar recursos da Lei Rouanet (federal) e das leis estuduais (ICMS) e municipais (ISS e IPTU) de cultura. Talvez não o façam por desconhecimento, falta de interesse, preocupação com os investimentos em contrapartida, entre vários outros motivos. Definitivamente, não é pela falta de bons projetos. Já assisti a uma montagem de "O Guarani" no teatro Rondon Pacheco. "Simbad, o Marinheiro" é um primor do teatro infantil. Artistas plásticos como Assis Guimarães e Charles Chaim enchem nossos olhos. Isso para citar apenas alguns.
O teatro que está sendo construído na avenida Rondon Pacheco é uma prova do quanto as empresas investem pouco em cultura. Ele está em obras já há alguns anos. Quando finalmente estiver pronto, Uberlândia poderá receber espetáculos teatrais e musicais que exigem um espaço mais adequado. Poderá também oferecer para os artistas locais um espaço mais adequado para sua arte. Até onde sei, o teatro está sendo construído com recursos de leis de incentivo. Diversas empresas tem feito doações, mas ainda falta muita coisa. Falta a sociedade se mobilizar, as empresas se organizarem, buscarem informações sobre como podem transformar uma parte de seus impostos devidos em patrimônio tangível (o teatro) e intangível (o desenvolvimento dos artistas) de nossa cidade.
Cidadãos que participam de eventos culturais desenvolvem várias características que precisamos fortalecer em nome de uma sociedade mais justa. Desenvolvem o prazer pela arte, o respeito pelo outro enquanto ele se apresenta, o desafio intelectual de interpretar e ressignificar uma obra. A arte ajuda a formar pessoas melhores, mais sensíveis e atentas ao que acontece em volta.
Mas para que possa manter-se, a arte precisa de apoio, de patrocínio, de apoio público e privado para o financiamento de suas despesas. Uma empresa que investe em arte está investindo em uma nova sociedade, com pessoas mais críticas, mais criativas, mais abertas a busca de soluções. E essas pessoas vão trabalhar nessas empresas, vão consumir produtos dessas empresas.
Pouca gente sabe, mas em Uberlândia existem profissionais especializados em orientar empresas para a gestão e desenvolvimento de projetos culturais, de modo que possam ser adequados às leis de incentivo. Uma delas é a Moinho Cultural, que atende e orienta a CTBC. O blog da empresa está um pouco desatualizado, mas permite ver um pouco do que é o trabalho: http://moinhocultural.blogspot.com/
Se você é empresário, procure informar-se e ver como pode participar. Se você é gestor de comunicação em alguma empresa, mostre para seus líderes o quanto o investimento em cultura contribui para melhorar a imagem e fortalecer a reputação corporativa.
É um investimento onde todos ganham e onde precisamos aprender a enxergar um outro tipo de lucro, intangível, que agrega um grande valor à marca. Uma sociedade melhor.
Foto do teatro em obras extraída do site http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=46226933
Foto da Cia.de Dança Balé de Rua extraída do blog http://jornalismodebolso.posterous.com/
1 de jun. de 2010
A trilha sonora das nossas vidas
Dia desses acompanhei uma amiga, mãe de adolescentes, em um show dos Titãs, banda que de certa maneira marcou a minha própria adolescência. Músicas como "Televisão", "Sonífera Ilha", "Polícia", entre várias outras, formaram uma geração de adolescentes. Hoje, canções como "Epitáfio" e "É preciso saber viver" continuam encantando nossa geração e também a de nossos filhos. A banda parece não envelhecer. A vitalidade dos músicos no palco era algo de dar inveja, uma vez que alguns estão chegando aos 50!
Quando o assunto é música, parece que não envelhecemos. "O tempo não pára", como cantava Cazuza, mas parece que ele fica congelado em forma de canção. As músicas de diferentes tempos vão compondo a trilha sonora das nossas vidas, como se nossa história fosse um filme onde pudéssemos editar as cenas no correr dos anos, inserindo a música adequada para cada saudade.
Cenas alegres, marcadas por Paralamas do Sucesso cantando "eu não nasci de óculos, eu não era assim...", que fez com que muitas jovens antes chamadas de "quatro olhos", passassem a se sentir bacaninhas, pois usar óculos não era tão ruim assim.
Cenas românticas, marcadas por "Love Of My Life", interpretada por Fred Mercury, líder do Queen, uma das melhores bandas inglesas de todos os tempos. Baile que era baile tinha que ter essa música, onde os bandas tupiniquins promoviam uma espécie de delirio coletivo, quando os jovens se davam as mãos e cantavam naquele inglês meio fajuto, "love of my life, love of my life, uhhhhhh eheheh...."
Cenas de rebeldia, marcadas pela voz profunda e gutural de Renato Russo que questionava para uma "Geração Coca Cola": Que país é esse? Que país é esse?
Cenas da infância, com os especiais da rede Globo que resgatavam Vinícius de Moraes em sua Arca de Noé, com bichos que cantavam. "Depende de nós, quem já foi ou ainda é criança, que acredita e tem esperança, quem faz tudo para um mundo melhor..."
Cenas de família, quando a gente ia à missa juntos e o grupo de jovens fazia os fiéis viajarem nas velhas canções do universo católico, prontos para entrar na barca e seguir viagem rumo a valores de uma vida com Deus.
Cenas de amor, embaladas por "Everytime We Say Goodbye", do magnífico Cole Porter. A música de amor mais bonita que já foi escrita. Eu coleciono versões.
Cenas de tristeza, como a morte de Elis Regina, de John Lennon. Ou a lembrança de "I Only Have Eyes for you"...
Cenas de menina, quando os alunos da escola da minha mãe cantavam em sua homenagem: "A dona Lúcia/ mãe dos alunos/ o tempo passa/ não volta mais... Tenho saudade/ daquele tempo/ que me chamava/ de seu aluno..."
Música é algo indissociável da minha história. Minha trilha sonora tem sido eclética. Música me traz de volta um momento, uma pessoa, uma risada, uma saudade. Me traz de volta um pouco de mim, um pouco da história que ainda estou escrevendo.
Quando o assunto é música, parece que não envelhecemos. "O tempo não pára", como cantava Cazuza, mas parece que ele fica congelado em forma de canção. As músicas de diferentes tempos vão compondo a trilha sonora das nossas vidas, como se nossa história fosse um filme onde pudéssemos editar as cenas no correr dos anos, inserindo a música adequada para cada saudade.
Cenas alegres, marcadas por Paralamas do Sucesso cantando "eu não nasci de óculos, eu não era assim...", que fez com que muitas jovens antes chamadas de "quatro olhos", passassem a se sentir bacaninhas, pois usar óculos não era tão ruim assim.
Cenas românticas, marcadas por "Love Of My Life", interpretada por Fred Mercury, líder do Queen, uma das melhores bandas inglesas de todos os tempos. Baile que era baile tinha que ter essa música, onde os bandas tupiniquins promoviam uma espécie de delirio coletivo, quando os jovens se davam as mãos e cantavam naquele inglês meio fajuto, "love of my life, love of my life, uhhhhhh eheheh...."
Cenas de rebeldia, marcadas pela voz profunda e gutural de Renato Russo que questionava para uma "Geração Coca Cola": Que país é esse? Que país é esse?
Cenas da infância, com os especiais da rede Globo que resgatavam Vinícius de Moraes em sua Arca de Noé, com bichos que cantavam. "Depende de nós, quem já foi ou ainda é criança, que acredita e tem esperança, quem faz tudo para um mundo melhor..."
Cenas de família, quando a gente ia à missa juntos e o grupo de jovens fazia os fiéis viajarem nas velhas canções do universo católico, prontos para entrar na barca e seguir viagem rumo a valores de uma vida com Deus.
Cenas de amor, embaladas por "Everytime We Say Goodbye", do magnífico Cole Porter. A música de amor mais bonita que já foi escrita. Eu coleciono versões.
Cenas de tristeza, como a morte de Elis Regina, de John Lennon. Ou a lembrança de "I Only Have Eyes for you"...
Cenas de menina, quando os alunos da escola da minha mãe cantavam em sua homenagem: "A dona Lúcia/ mãe dos alunos/ o tempo passa/ não volta mais... Tenho saudade/ daquele tempo/ que me chamava/ de seu aluno..."
Música é algo indissociável da minha história. Minha trilha sonora tem sido eclética. Música me traz de volta um momento, uma pessoa, uma risada, uma saudade. Me traz de volta um pouco de mim, um pouco da história que ainda estou escrevendo.
CãoMinhada "Eu amo meu pet"
Aconteceu nessa manhã de domingo (13/06/2010) a primeira Cãominhada "Eu amo meu pet", uma iniciativa da jornalista Valeriana Medrado, uma das responsáveis pelo site Clube do Pet (http://www.clubedopet.com.br/).
A idéia nasceu depois que comentei com ela sobre o Parque Linear de Uberlândia, um espaço onde os cachorros são bem vindos e contam com uma enorme área verde, sem muito trânsito, para poderem se exercitar, brincar, comer grama, respirar ar puro.
Tenho uma cachorrinha da raça Doushchound e logo que o parque foi entregue à população fui até lá conferir se poderia passear com cachorros. Apesar de ser longe de casa, vale a pena.
A Cãominhada deste domingo reuniu umas 40 pessoas e uns 30 cachorros, de todas as raças e tamanhos. Teve pet shop (Bichos e Caprichos) distribuindo petiscos, adestradores orientando sobre a importância de caminhar e exercitar os cachorros, veterinátios orientando sobre os beneficios dos exercícios, da disciplina, do carinho. Falou-se também em posse responsável, tema sobre o qual reflito desde que resolvi adquirir minha cachorrinha. Ter um bicho é um compromisso, não é um capricho, um mimo. A gente vai ter que cuidar da criaturinha por pelo menos uns 10 a 15 anos.
Iniciativas como a do Clube do Pet são muito legais porque promovem o exercícios entre os seres caninos e a aproximação entre os seres humanos. Conversei com gente que nao conhecia, observei as pessoas com seus cachorros, todos alegres, uma energia tão boa em meio a uma cidade onde estamos nos tornando ligeiramente mais reclusos, com medo de tudo, inclusive do outro.
Cachorro é tudo de bom, mas é preciso ser responsável.
Até a próxima CãoMinhada.
A idéia nasceu depois que comentei com ela sobre o Parque Linear de Uberlândia, um espaço onde os cachorros são bem vindos e contam com uma enorme área verde, sem muito trânsito, para poderem se exercitar, brincar, comer grama, respirar ar puro.
Tenho uma cachorrinha da raça Doushchound e logo que o parque foi entregue à população fui até lá conferir se poderia passear com cachorros. Apesar de ser longe de casa, vale a pena.
A Cãominhada deste domingo reuniu umas 40 pessoas e uns 30 cachorros, de todas as raças e tamanhos. Teve pet shop (Bichos e Caprichos) distribuindo petiscos, adestradores orientando sobre a importância de caminhar e exercitar os cachorros, veterinátios orientando sobre os beneficios dos exercícios, da disciplina, do carinho. Falou-se também em posse responsável, tema sobre o qual reflito desde que resolvi adquirir minha cachorrinha. Ter um bicho é um compromisso, não é um capricho, um mimo. A gente vai ter que cuidar da criaturinha por pelo menos uns 10 a 15 anos.
Iniciativas como a do Clube do Pet são muito legais porque promovem o exercícios entre os seres caninos e a aproximação entre os seres humanos. Conversei com gente que nao conhecia, observei as pessoas com seus cachorros, todos alegres, uma energia tão boa em meio a uma cidade onde estamos nos tornando ligeiramente mais reclusos, com medo de tudo, inclusive do outro.
Uma outra coisa legal da Cãominhada foi a participação de membros da Associação Protetora dos Animais de Uberlândia (APA). Eles também falaram um pouquinho sobre a posse responsável. Alguns participantes doaram ração para os cachorros abrigados e mais uma vez fiz minha reflexão sobre bichos de estimação. Quem tem cachorro sabe o quanto é bom, mas é melhor não ter se não estiver disposto a cuidar. E isso exige alimentar, abrigar, exercitar, ter paciência, saber educar, dar carinho, respeitar e ser respeitado, limpar caca, lidar com as artes. Bicho é bicho. A gente tenta humanizar os animais, mas eles são bichos. Querem gastar energia, correr, brincar. Bicho não nasceu para ficar obeso, à toa dentro de casa. Nem que seja uma vez por semana, ele precisa passear, cheirar a grama, ver outros cachorros, latir...
Minha cachorra tem carinha de quem é feliz. Ela sorri para mim, me encosta o nariz gelado, me dá bom dia, abana o rabo que nem um espanador sempre que eu chego em casa. Ela se aninha no meu colo quando estou assistindo televisão e chama minha atenção quando fico muito tempo no computador. Quando calço o tênis, ela já sabe que é hora da "cãominhada" e quase se quebra no meio de tanta excitação.Cachorro é tudo de bom, mas é preciso ser responsável.
Até a próxima CãoMinhada.
Leis - concordemos ou não, elas devem ser seguidas
"Eis aqui esse sambinha
Feito de uma nota só.
Outras notas vão tocar,
Mas no fundo é uma só..."
O "Samba de uma nota só" é uma velha canção de Vinícius de Moraes que acabou se tornando uma expressão que significa repetição, redundância. Na verdade, não sei se a música veio antes da expressão ou vice-versa, mas não tem importância. Mais uma vez, escreverei aqui sobre meu "samba de uma nota só" neste blog: a péssima educação dos motoristas em nossa cidade. Causa muito espanto a forma como se dirige por aqui.
Na semana passada, em dois dias consecutivos, motoristas que tentaram fazer uma conversão à esquerda num local proibido provocaram acidentes que envolveram outro veículo e, num dos casos, um pedestre. Os que agiram errado disseram que estavam desatentos, não perceberam a sinalização. Na minha opinião, devem ter problemas de vista, pois uma placa imensa indicando a proibição está ali, bem à vista. Talvez eles devessem fazer novo exame de vista para poder dirigir ou então, voltar à auto-escola para aprender o que significam as placas.
A mudança na conversão entre a João Naves de Ávila e a Floriano Peixoto foi fortemente comunicada pela mídia. Durante algum tempo, policiais ficaram no local indicando a mudança. Um sinal de "Proibida conversão à esquerda" foi colocada no trecho. Ainda assim, volta e meia algum condutor "apressadinho" segue pela faixa exclusiva para os ônibus e tenta fazer a conversão. Se der para ir, eles vão mesmo. Se não der, entram na frente do motorista que está à direita, sem mais nem menos. Sem seta, sem pedir licença. Há duas semanas, por muito pouco não fui vítima de um desses, que tentou convergir à esquerda, não teve espaço e simplesmente jogou o carro em cima do meu. Se eu não estivesse percebendo há algum tempo o que ele pretendia fazer, a batida seria certa. Quando notei, reduzi a velocidade do carro e deixei a criatura entrar.
Durante a semana, no twitter, várias pessoas postaram comentários sobre o cruzamento. Falou-se que o problema foi de comunicação da mudança, que foi de sinalização. Na minha opinião, foi de falta de respeito dos motoristas mesmo. Na tentativa de ganhar alguns minutos, muitos se arriscam, colocando em risco a vida e o patrimônio de algumas pessoas. Uma senhora foi vítima em um dos acidentes, enquanto caminhava pelo local.
Respeitar o outro é algo muito fácil de fazer. Basta ter vontade. A gente pode não concordar com algumas leis, mas tem que respeitá-las em nome do bem comum. Fico pensando no susto do motorista que estava certo, na mulher que estava na calçada e foi atropelada, nos prejuízos materiais da agência bancária atingida, dos condutores e da própria polícia, que teve que deslocar sua estrutura. Tudo poderia ter sido evitado não fosse a pressa dos infratores e sua vontade de levar vantagem em tudo. Os danos materiais, humanos e emocionais foram pequenos nesses casos, mas poderia ter sido pior. Está na hora de termos um trânsito mais humano e isso só é possível quando pessoas respeitam pessoas... e respeitam leis.
Feito de uma nota só.
Outras notas vão tocar,
Mas no fundo é uma só..."
O "Samba de uma nota só" é uma velha canção de Vinícius de Moraes que acabou se tornando uma expressão que significa repetição, redundância. Na verdade, não sei se a música veio antes da expressão ou vice-versa, mas não tem importância. Mais uma vez, escreverei aqui sobre meu "samba de uma nota só" neste blog: a péssima educação dos motoristas em nossa cidade. Causa muito espanto a forma como se dirige por aqui.
Na semana passada, em dois dias consecutivos, motoristas que tentaram fazer uma conversão à esquerda num local proibido provocaram acidentes que envolveram outro veículo e, num dos casos, um pedestre. Os que agiram errado disseram que estavam desatentos, não perceberam a sinalização. Na minha opinião, devem ter problemas de vista, pois uma placa imensa indicando a proibição está ali, bem à vista. Talvez eles devessem fazer novo exame de vista para poder dirigir ou então, voltar à auto-escola para aprender o que significam as placas.
A mudança na conversão entre a João Naves de Ávila e a Floriano Peixoto foi fortemente comunicada pela mídia. Durante algum tempo, policiais ficaram no local indicando a mudança. Um sinal de "Proibida conversão à esquerda" foi colocada no trecho. Ainda assim, volta e meia algum condutor "apressadinho" segue pela faixa exclusiva para os ônibus e tenta fazer a conversão. Se der para ir, eles vão mesmo. Se não der, entram na frente do motorista que está à direita, sem mais nem menos. Sem seta, sem pedir licença. Há duas semanas, por muito pouco não fui vítima de um desses, que tentou convergir à esquerda, não teve espaço e simplesmente jogou o carro em cima do meu. Se eu não estivesse percebendo há algum tempo o que ele pretendia fazer, a batida seria certa. Quando notei, reduzi a velocidade do carro e deixei a criatura entrar.
Durante a semana, no twitter, várias pessoas postaram comentários sobre o cruzamento. Falou-se que o problema foi de comunicação da mudança, que foi de sinalização. Na minha opinião, foi de falta de respeito dos motoristas mesmo. Na tentativa de ganhar alguns minutos, muitos se arriscam, colocando em risco a vida e o patrimônio de algumas pessoas. Uma senhora foi vítima em um dos acidentes, enquanto caminhava pelo local.
Respeitar o outro é algo muito fácil de fazer. Basta ter vontade. A gente pode não concordar com algumas leis, mas tem que respeitá-las em nome do bem comum. Fico pensando no susto do motorista que estava certo, na mulher que estava na calçada e foi atropelada, nos prejuízos materiais da agência bancária atingida, dos condutores e da própria polícia, que teve que deslocar sua estrutura. Tudo poderia ter sido evitado não fosse a pressa dos infratores e sua vontade de levar vantagem em tudo. Os danos materiais, humanos e emocionais foram pequenos nesses casos, mas poderia ter sido pior. Está na hora de termos um trânsito mais humano e isso só é possível quando pessoas respeitam pessoas... e respeitam leis.
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