Há alguns anos adotei o hábito de usar sacolas ecológicas em supermercados e feiras. No começo foi bem esquisito. Sentia que as pessoas olhavam, que os vendedores estranhavam e que tinha alguma coisa errada comigo. Um dia, no Carrefour, o segurança que fica na entrada me obrigou a plastificar minhas sacolas retornáveis. Achei um absurdo, mas não tive como evitar. Faz algum tempo. Hoje, nacionamente, o hipermercado apóia uma campanha para redução do uso das sacolas, chamada Saco é um Saco.
Com o tempo, o pessoal da feira se acostumou comigo e passou a me perguntar antes se eu queria embalagem. No Carrefour, nunca mais me pararam e alguns caixas elogiam minha iniciativa, mas continuam pegando as sacolinhas assim que descarrego o carrinho. Ao verem minhas ecobags, eles deixam as sacolinhas de lado.
Hoje uso as sacolas para tudo. Tenho três. E reaproveito também sacolas de plástico para armazenar folhas, frutas pequenas e queijo, que compro semanalmente e podem se estragar ou amassar se forem colocadas diretamente nas sacolas. Falta aprender a deixá-las sempre no carro.
Mas, se por um lado sinto-me bem porque evito o uso de sacolas plásticas, por outro continuo armazenando lixo em sacos plásticos, que nem sempre são biodegradáveis. Separo o lixo orgânico do seco, lavo plásticos, latas, separo jornal. Aí tenho que pegar o carro e ir até o Extra, onde funciona uma das únicas estações de coleta de lixo reciclado da cidade. Está sempre suja, desorganizada e dá a impressão de que aquele material será todo desperdiçado, ou que será misturado novamente.
Uma cidade do porte de Uberlândia já deveria ter coleta seletiva, uma vez que cada vez mais moradores se conscientizam de sua importância. Projetos como os desenvolvidos pelo Instituto Ipê Cultural ajudam a minimizar essa carência de políticas públicas. A administração municipal até apóia cooperativas de catadores, mas creio que isso é pouco. A cidade deve gerar muito lixo. Cabe a todos pensar no que fazer para evitar que ele acabe entupindo bueiros, sujando ruas e causando situações de transtorno urbano.
Que tal começar a mudar agora? Em sua próxima ida ao supermercado, recuse sacolas plásticas. Se não puder, reutilize ou recicle as que possui. Se cada um fizer sua parte, viveremos em uma cidade melhor.
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