Ontem (15/05/2010) um motorista do sistema de transporte coletivo de Uberlândia, teria bebido algumas cervejas antes de ir trabalhar e por causa disso cometeu uma imprudência que provocou ferimentos em vários passageiros. Após submeter-se ao bafômetro, constatou-se que o nível de álcool no sangue do motorista não permitia que ele dirigisse. No entanto, ele dirigia um ônibus, transportava várias vidas e colocava outras tantas em risco.
Já dirigi depois de beber mais de uma vez, por isso, quem sou eu para atirar a primeira pedra? Hoje tenho mais consciência e evito misturar álcool e direção porque sei que perco boa parte dos meus reflexos depois da segunda ou terceira latinha. Então, nem bebo a primeira, porque ela chama a segunda, que chama a terceira... e por aí vai.
O episódio do motorista alcoolizado me faz refletir sobre o sistema de transporte coletivo em Uberlândia. Todos os dias, na avenida Segismundo Pereira, vejo motoristas de ônibus ultrapassarem o sinal vermelho. Religiosamente eles fazem isso, como se esperar alguns segundos fosse algum tipo de tortura. Também vejo motoristas saírem dos pontos sem darem seta, entrando na frente dos carros que sobem a avenida. Eles cortam os carros cotidianamente, como se fossem os donos da rua. É como se dissessem: "ei, seus nanicos, eu sou mais forte, vou entrar na sua frente e fique quieto aí....". Claro que estou exagerando e talvez generalizando, mas o desrespeito pelas leis de trânsito é latente entre os motoristas de ônibus.
Dia desses, quando estava na Praça Sérgio Pacheco, para virar à esquerda na Fernando Vilela, o sinal acabara de ficar verde para mim e um ônibus entrou na minha frente, sem a menor cerimônia. Eu já havia saído e só não bati porque percebi que ele iria desrespeitar o sinal. O que me chama atenção é que naquele cruzamento tem uma câmara de monitoramento. Se as autoridades competentes pegarem as imagens daquela câmara, perceberão a quantidade de infrações cometidas por motoristas de todos os tipos de veículos, mas os ônibus predominam. Será que eles são multados, como nós, pobres mortais?
Pagamos impostos, pagamos passagem de ônibus. Quando a Prefeitura seleciona a empresa que irá prestar serviços, deveria ser um critério a formação dos motoristas. Talvez a reciclagem nas leis de trânsito. Ou mesmo a obrigatoriedade de treinamentos que ensinem cidadania, respeito aos outros motoristas, gentileza.
O fato de um motorista de ônibus ser flagrado dirigindo bêbado é apenas a ponta de um iceberg que envolve a falta de cuidado na gestão de pessoas por parte de todas as empresas de transporte coletivo. Pessoas são tratadas como gado, transportadas de um lado para o outro sem respeito, sem simpatia, sem aderência às leis de trânsito. Estou generalizando, mas acredito que uma pesquisa feita junto a passageiros apontaria deficiências que poderiam ser corrigidas com vontade política, determinação e um pouco mais de respeito pelo outro.
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