Em pleno feriado de Tiradentes, tive o prazer de assistir a uma apresentação maravilhosa de seresta no Teatro Rondon Pacheco. O grupo Cotovias ao Luar, ligado ao Núcleo Servos Maria de Nazaré, completou 15 anos em uma noite especial, cheia de amor.
Fui movida pela saudade das velhas serestas que invadiam o corredor da casa da adolescência. Éramos apenas mulheres e eventualmente namorados românticos ou filhas amorosas encomendavam a harmoniosa serenata para encantar uma das moradoras.
O espetáculo misturou o lirismo das velhas serestas, a pureza de cupidos chamados Carinho e Cuidado, que vêm à Terra para trazer mais amor aos corações dos homens. Depois, diversas situações da vida cotidiana que pediam serenatas como forma de expressar o amor.
Foi um espetáculo de riso e choro, de lembranças e saudades. Uberlândia é uma cidade que ainda conserva algumas tradições. O grupo Cotovias ao Luar preserva a das serenatas, feitas para conquistar amores, fazer as pazes, homenagear pessoas amadas. Vozes belas, sons serenamente tristes e apaixonados. Tudo isso invadiu um teatro Rondon Pacheco lotado, como poucas vezes vi em um espetáculo local.
Tive o prazer de trabalhar com um dos seresteiros, engenheiro experiente que nas horas vagas canta apaixonadamente ao ritmo das serestas. Há anos não o vejo, mas ontem lá estava o velho amigo, cantando com o coração. Saudades de um tempo bom.
São as pérolas de nossa cidade, que formam o lindo colar que é viver em Uberlândia.
Foto: Jornal Correio de Uberlândia
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