1 de jan. de 2011

Abaixo a Lei de Gérson!

Imagem publicada no site
http://blogs.abril.com.br/divadomasini
Vivemos em uma cidade com cerca de 600 mil habitantes. Uma cidade com qualidades e problemas. Uma cidade onde vivem pessoas de bem, trabalhadores, empresários, artistas, professores, estudantes. Mas onde também vivem pessoas que querem levar vantagem em tudo, como no velho comercial que serviu para instaurar a lei de Gérson. Pessoas que acreditam estar acima das leis, que as desafiam o tempo todo, no trânsito, nas empresas, nas escolas, na vida em sociedade. Aqui vivem também pessoas com diferentes nuances, ora comportando-se como cidadãos comuns, ora como espertos de plantão.
Três tipos de espertos me incomodam profundamente. Os motorizados, os barulhentos e os sujismundos. Os primeiros são aqueles que, ao volante de um carro, se esquecem que dirigem entre outros motoristas, automóveis e pedestres. Outorgam-se o título de donos da rua e desrespeitam descaradamente qualquer tipo de lei. Seja de trânsito ou de boa convivência. Os espertos do segundo tipo são aqueles que ligam a música no mais alto volume, fazem festas até tarde ou fincam seus bares em áreas residenciais, oferecendo música ao vivo mesmo sem autorização para isso. Os sujismundos são aqueles que jogam lixo no chão, que despejam latinhas pelas janelas dos carros, que esparramam pela calçada o lixo doméstico sem se preocupar em acondiciá-lo melhor. O pior é que os três ensinam seus filhos a agirem da mesma maneira, o que me desanima quanto à sociedade que teremos no futuro.
Torço, do fundo do coração, para que um dia a lei se faça cumprir em relação a essas criaturas. Todas as vezes que vejo um motorista avançar um sinal, virar em local proibido ou estacionar de maneira irregular, fico torcendo para que a polícia o flagre ou então para que ele se dê mal com a manobra e acabe com seu belo carro no primeiro poste que aparecer em sua frente. Espero que se dêem muito mal, mas espero que estejam sozinhos quando isso acontecer, porque ninguém merece ser vítima de um louco no volante.
Hoje mesmo quase presenciei um acidente estúpido. Estava em uma rotatória onde tinha um semáforo. Ao meu lado, outro carro. De repente veio uma viatura com a sirene ligada. O que a gente aprende quando isso acontece? A prioridade é da viatura. Temos que sair da frente e dar passagem. O sinal abriu e eu fiquei quietinha no lugar, dando o espaço para o carro oficial e sua sirene estridente. A motorista ao meu lado arrancou e foi embora, quase se chocando de frente com o carro da polícia. Eu gritei de susto! São coisas tão simples, meu Deus. Que diferença enorme faria na vida da motorista os dois segundos que a viatura demorou para passar?
Quanto aos barulhentos, não consigo imaginar uma vingança, porque eles devem gostar de barulho. Então, colocar uma buzina tocando 24 horas na orelha deles me parece muito pouco. Aqui perto de casa tem uma dessas lojas que instalam som em carros. Eles colocam o sistema no último volume quando fazem os testes. Chega a tremer os vidros da casa. Aqui perto tem também um bar desses bem fuleiros, onde o som fica ligado até de madrugada. Não adianta ligar para a polícia nem para aquela patrulha ambiental, porque eles não aparecem nunca. O jeito é conviver com essa raça e torcer para que eles parem cedo a barulhada.
Já os sujismundos, estes também deveriam ser multados. Jogam lixo no chão, nos terrenos vazios, pelas janelas dos carros. Até existe uma multa para esse caso, mas é quase impossível fazer um flagrante. Quando a gente está dirigindo vê cada absurdo que se pudesse registrar e mandar para a polícia, ia ter muita gente levando multa por aí. Quando essas pessoas sujam a cidade, seja qual for a maneira, contribuem para entupir redes de escoamento de águas e para as enchentes que acontecem na época de chuvas.
Infelizmente Uberlândia tem muitos desses três tipos de criaturas abomináveis. Resta-nos conviver com eles e torcer para que um dia se dêem mal, muito mal.


Embora tenha sido produzida em um Brasil que vivia em pleno regime militar, a campanha do Sujismundo vale a pena ser vista. Foi criada no início da década de 70, pelo quadrinista Ruy Perotti Barbosa. Era composta por vários comerciais que mostravam atitudes que, infelizmente, vemos todos os dias nas ruas de nossa cidade. Se quiser assistir, clique aqui.

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