Fonte: http://domacedo.blogspot.com |
Dia desses, ao ficar sem carro, voltei para casa de ônibus. Passei pelo viaduto da João Naves e fiquei assustada com a paisagem lá em baixo. Dezenas de cavaletes intercalados se acumulavam no canteiro central da avenida. Espetáculo de horrores em plena luz do dia.
Como profissional da área de comunicação, espanta-me a forma como a campanha está sendo conduzida, em especial para o cargo de vereador. Práticas eco-eficientes passam longe da cabeça de estrategistas e legisladores, que permitem verdadeiras aberrações. E dá-lhe poluição, em todas as suas formas.
Comecemos pela incoerência dos cavaletes. Diariamente, carros e caminhões percorrem a cidade colocando e retirando cavaletes. Gastam combustível, emitem gás carbônico, tumultuam o já conturbado trânsito das principais avenidas. Dia desses um caminhão lotado de cavaletes seguia à minha frente. Velho, com o escapamento estragado, ele despejava toneladas de gases na minha cara, que tive que fechar o vidro para não respirar aquela fumaça toda. E esse trânsito acontece todos os dias!
Os santinhos são outro exemplo do quanto os políticos desrespeitam o ambiente. Diariamente minha caixa postal fica lotada com folhetos, muitas vezes do mesmo candidato, que já passou pela minha porta 20 vezes. Eles depositam cinco santinhos, três folderes, alguns adesivos. Nos santinhos, números e promessas infundadas, que não refletem o papel de um legislador. Donos de gráfica devem estar sorrindo à toa, as árvores que viraram papel nem tanto...
Outro vilão é o carro de som. Valei-me São Benedito! Eu jamais, em toda a minha vida votaria em duas criaturas que infernizam meu dia: Ismar Prado e Paulo Bouças. Merecem meu maior e mais profundo desprezo. Rodam pelos quarteirões do meu bairro seus carros de som com o jingle brega, berrando nos meus ouvidos. Já sei os números e os nomes. O bairro inteiro sabe. Chega, por favor. Haja poluição sonora. Ninguém merece.
O Facebook e o email também tem sido usados com frequência para uma aproximação. Quando ela é feita com cuidado, a gente agradece e declina. Quando é feito de forma invasiva, deleto e bloqueio. Infelizmente, desde o início da eleição, desfiz alguns laços de relacionamento virtual, para não receber material de campanha. Agora começou a última das pragas do Egito: o telemarketing. Hoje me ligou um tal de Baiano. Desliguei assim que ouvi o nome. Deus me proteja.
Mas aí podem me perguntar os colegas comunicadores: nossa, se você rejeita todas as mídias, como é que podemos apresentar nosso produto (ops... candidato) para sua apreciação? Simples, me abordem sem invasão. Dia desses recebi um folder do Delfino nas ruas. A pessoa se aproximou do meu carro, pediu licença e perguntou se eu queria receber o folheto. Pedindo assim, quem há de negar? Li tudinho e até gostei, mas já tenho candidato. Rubens (não sei o sobrenome), foi outro que gostei. Me encaminhou uma mensagem gentil pelo Facebook, perguntando se eu aceitaria conhecer suas propostas. Expliquei que já tenho candidato, ele não insistiu. Na feira, aos sábados, vários candidatos conversam comigo, me entregam seus materiais. Eu ouço, respeito.
Fonte: www,jmnews.com.br |
Quais as saídas? Penso que o corpo a corpo com o eleitor é ainda uma boa saída. A influência de seus amigos, dos amigos dos seus amigos, e assim por diante. A história de vida de um candidatos diz muito mais sobre ele do que promessas vazias. O barulho irrita, a invasão de privacidade irrita. Isso sem contar que boa parte das campanhas desrespeita a lei, ao adaptar músicas sem a devida autorização dos autores. Cadê o ECAD nessas horas?
Falta ainda uma semana para a eleição. Para vereador eu já tenho candidato. Ele se aproximou em uma reunião comunitária, se apresentou com respeito. Não faz muito barulho, é alguém em quem acredito. Pena que, a cada dia, minha lista negra só faz aumentar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário