Será que existe crime cultural? Porque hoje cedo, ao caminhar pelas ruas do meu bairro, que abriga uma universidade federal, dei de cara com um. Na beirada de um terreno baldio, misturado a restos de lixo, jaziam livros, muitos livros.
Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Júlio Verne, Almeida Garret, entre outros menos conhecidos, agonizavam ali, em meio a sacos de ração, restos de materiais de construção, mato, materiais escolares sem uso. Eu mal acreditava na cena. O que mais me chocou: o crime aconteceu a poucos metos do campus Santa Mônica, onde existe uma biblioteca que provavelmente acharia uma finalidade melhor para aqueles livros, maculados pela ignorância de algum ser vivente.
13 de nov. de 2011
10 de nov. de 2011
Almanaque Uberlândia de Ontem e Sempre
Celso Machado e o Almanaque Fonte: www.correiodeuberlandia.com.br |
Sempre gostei de entender a história da gente. Seja da evolução do homem no planeta, das antigas civilizações, dos países, do nosso Brasil, da cidade onde moro. Na área de Relações Públicas, onde atuo profissionalmente, investe-se bastante no resgate da história das organizações.Penso que nosso passado explica muito de nosso jeito de ser, de nossas decisões presentes.
Uberlândia, de uma maneira geral, é uma cidade que não valoriza sua história. Prédios antigos são demolidos sem critérios. Artigos de jornal defendem a modernização a qualquer custo. Concordo por um lado, discordo por outro. Ser moderno não quer dizer abrir mão do passado, da história. Basta visitar cidades como Londes e Paris, capitais cosmopolitas que preservam seu patrimônio histórico e cultural e ainda seduzem os turistas com sua arquitetura para lá de centenária. Ou Veneza, que desde os tempos medievais mantém seus castelos e prédios antigos em meio às vielas formadas de água.
Eleições: 2012 cada vez mais perto
Fonte: www.campanhaeleitoral2012.com.br |
Como o atual prefeito não pode se candidatar de novo, deve indicar um nome forte. Tomara que seja, antes de mais nada, um nome idôneo.
Eleger nossos governantes é algo que exige grande responsabilidade. Afinal, durante quatro anos essas pessoas tomarão decisões sobre nossa vida na cidade. Elas irão direcionar recursos, aprovar leis, mudar serviços, fazer investimentos, cortar orçamento. Vão gerar empregos, orientar nosso trânsito, criar vagas em hospitais (ou não...).
5 de nov. de 2011
Melodia nas palavras
Fonte: http://danielafigueiroevariasideias.blogspot.com/ |
Chico Buarque é um desses poetas que combina as palavras de uma maneira que me faz ter uma pequena pontinha de inveja. Dia desses ouvi esses versos, de uma beleza ímpar:
"Se na bagunça do teu coração, meu sangue errou de veia e se perdeu".
Comecei a sorrir sozinha no carro, ouvi novamente a música e fiquei pensando em como uma simples combinação de palavras pode gerar sentimentos fortes, de emoção, alegria e até mesmo encantamento.
Dias depois fui assistir a um belíssimo show do Ney Matogrosso em Uberlândia. Uma performance perfeita. Em meio ao repertório, ele soltou os versos:
"A sua boca anda à míngua, da minha língua. A minha boca anda oca, da tua boca".
Sensualidade em forma de letra de canção. Combinação perfeita de palavras. Melodia nas letras, domínio de vocabulário raro nos dias de hoje, em que rimas pobres dominam canções populares.
Esse uso primoroso das palavras me leva para o universo da poesia, em especial para os versos de Fernando Pessoa, meu poeta favorito, que dizia:
"O meu olhar é nítido como um girassol".
Verso que me arrebatou na adolescência. Um olhar claro, transparente, pronto para enxergar as coisas como se fosse a primeira vez.
Ah... a beleza das palavras. Privilegiados aqueles que sorriem ao ouvir os versos de uma canção, que se transportam para outras dimensões ao ler o poema e se deixam levar para cenários mágicos do mundo da ficção.
Pudera eu viver sempre neste universo onde as palavras são usadas de forma harmônica, poética. Onde fôssemos sempre gentis com elas e no uso delas.
Palavras que me envolvem e encantam, poetas que tocam minha alma, sou grata por estarem presentes nesta noite.
Pesquisando na internet, encontrei uma bela versão da canção "Eu te amo", de Chico Buarque, na voz de Tom Jobim, para fazer disparar meu pobre coração...
Influência Verde: pequenas atitudes para um planeta melhor
Banco feito de pallets, que decorou camarote do Triângulo Music |
Em setembro tive a chance de visitar o espaço reservado pela Algar Telecom para receber seus convidados durante o evento Triângulo Music. O lugar foi todo decorado com materiais reaproveitados. Pallets, usados para transportar mercadorias, transformaram-se em móveis rústicos de muito bom gosto. Bolhas de orelhões, já inutilizadas, foram transformadas em cadeiras com ar retrô, que conferiram um charme especial à sala de imprensa instalada no local. Almofadas e puffs feitos de pet e recobertos com tecidos criaram um ambiente todo especial. Parte dessa decoração foi desenvolvida por presidiárias que participam de um projeto social onde trabalham para redução de pena.
Fomos recebidos pela equipe de Relações Públicas da empresa. Foi onde ouvi pela primeira vez este termo "Influência Verde". A empresa, ao optar por decorar um espaço com material reciclado (ou reciclável) passou um recado para seu público, mas infelizmente muita gente parece não ter percebido. A quantidade de lixo deixado para trás foi muito grande. O processo de conscientização ainda tem um longo caminho a percorrer.
Influência verde é também o que a gente está vendo em algumas empresas de bebidas. A Coca Cola, por exemplo, está retomando a utilização de vasilhames retornáveis, que durante décadas foram substituídos pelas garrafas pet e latas. Nesta semana, em entrevista com um engenheiro, ele me apresentou o conceito de TI verde, ou seja, o planejamento da aquisição de equipamentos de fornecedores que reduzem o consumo de água e energia necessários para o funcionamento e manutenção dos mesmos. Atualmente, a empresa onde ele trabalha só adquire novas tecnologias se elas vierem de fornecedores que comprovam essa preocupação.
Ínfluência verde é algo que está nas pequenas e grandes coisas. As empresas podem começar pela redução do consumo de papel, energia e água. Isso sem prejudicar as condições de trabalho. A gente, como indivíduo, pode ajudar consumindo menos. Há algum tempo aprendi a reciclar roupas, bolsas, calçados. Posso dar uma cara totalmente nova a uma peça de roupa que não uso mais. A moda é cíclica. Aqui em Uberlândia tem uma loja da Restaura Jeans, que além de tingir peças com um sistema muito profissional, tem costureiras que vão além do óbvio e nos ajudam a repensar uma peça de roupa e transformá-la completamente.
Aos poucos aprendo que a tal influência verde começa com cada um. Devagar, seremos capazes de influenciar pessoas e, quem sabe um dia, mudar o mundo, para que essa criança que simbolicamente representou o nascimento do 7.000.000.000º ser humano do planeta terra, possa herdar um lugar melhor para crescer e ser feliz.
4 de nov. de 2011
Não gosto do Lula, mas ele merece nosso respeito. E orações.
Não gosto do Lula. Mas votei nele nas disputas contra Fernando Collor de Melo e Fernando Henrique Cardoso. Fui às ruas com bandeira vermelha quando ele foi eleito presidente do Brasil. Depois me desencantei com as frequentes denúncias de corrupção, com a postura de afirmar que os escabrosos desvios de recursos públicos aconteciam embaixo de suas barbas sem que ele soubesse de nada.
Apesar de minhas opiniões pessoais sobre o ex-presidente do Brasil, sinto a mesma comoção de milhares de brasileiros diante de seu adoecimento. É nítido que há uma espetacularização da mídia, uma reação debochada nas redes sociais, mas Lula merece nosso respeito.
Tenho acompanhado pelo twitter, facebook e outras redes comentários jocosos a respeito da doença, que ele enfrenta com coragem. Eles se multiplicam na velocidade de um retuite ou de um botão curtir. Poucos refletem a respeito das milhares de pessoas que, diariamente, sofrem as consequências de uma doença que, em outros tempos, era sentença de morte.
Lula é um ser humano, antes de ser um ex-presidente, um líder político. Ele tem esposa, filhos, famílias e amigos que neste momento enfrentam os efeitos colaterais de uma quimioterapia. A doença é democrática, atinge igualmente ricos e pobres, poderosos e frágeis. É preciso demonstrar um mínimo de respeito com a pessoa, que vem antes de seus cargos.
Mas trata-se também de um homem público, cuja vida privada é notícia. A espetacularização irá continuar. O noticiário acompanhará a recuperação em tom celebrativo, ou uma possível piora em tom quase fúnebre. Jornais e revistas semanais já devem estar preparando arquivos completos sobre sua vida, seus acertos, seus erros.
As mídias sociais, como "nunca antes na história desse pais" (como diria o ex-presidente), dão voz às pessoas. Muitas, qual papagaio de pirata, repetem de maneira inconsequente críticas deixando de lado o fato de que se trata de uma pessoa enfrentando um momento de fragilidade. É preciso respeitar.
Não gosto de Lula enquanto político, mas enquanto ser humano, ele merece nosso respeito e até mesmo nossas orações. Vivemos em um país onde todos têm direito à livre expressão de ideias, por isso, quem sou eu para condenar o que se diz no ambiente virtual ou nas conversas de esquina? Mas posso escolher não ouvir, não repassar, não compartilhar. Posso escolher respeitar esse homem que tem uma história de vida de inquestionável riqueza.
Estudo mídias sociais, discuto-as com meus alunos com certa frequência. A cada dia que passa percebo que, como receptora crítica, cidadã consciente e pessoa inteligente que sou, faço minhas escolhas. E me orgulho em ser respeitosa, mesmo que eventualmente eu pise na bola com os outros e, talvez, comigo mesma.
Fonte: http://aqueimaroupa.com.br |
Apesar de minhas opiniões pessoais sobre o ex-presidente do Brasil, sinto a mesma comoção de milhares de brasileiros diante de seu adoecimento. É nítido que há uma espetacularização da mídia, uma reação debochada nas redes sociais, mas Lula merece nosso respeito.
Tenho acompanhado pelo twitter, facebook e outras redes comentários jocosos a respeito da doença, que ele enfrenta com coragem. Eles se multiplicam na velocidade de um retuite ou de um botão curtir. Poucos refletem a respeito das milhares de pessoas que, diariamente, sofrem as consequências de uma doença que, em outros tempos, era sentença de morte.
Lula é um ser humano, antes de ser um ex-presidente, um líder político. Ele tem esposa, filhos, famílias e amigos que neste momento enfrentam os efeitos colaterais de uma quimioterapia. A doença é democrática, atinge igualmente ricos e pobres, poderosos e frágeis. É preciso demonstrar um mínimo de respeito com a pessoa, que vem antes de seus cargos.
Mas trata-se também de um homem público, cuja vida privada é notícia. A espetacularização irá continuar. O noticiário acompanhará a recuperação em tom celebrativo, ou uma possível piora em tom quase fúnebre. Jornais e revistas semanais já devem estar preparando arquivos completos sobre sua vida, seus acertos, seus erros.
As mídias sociais, como "nunca antes na história desse pais" (como diria o ex-presidente), dão voz às pessoas. Muitas, qual papagaio de pirata, repetem de maneira inconsequente críticas deixando de lado o fato de que se trata de uma pessoa enfrentando um momento de fragilidade. É preciso respeitar.
Não gosto de Lula enquanto político, mas enquanto ser humano, ele merece nosso respeito e até mesmo nossas orações. Vivemos em um país onde todos têm direito à livre expressão de ideias, por isso, quem sou eu para condenar o que se diz no ambiente virtual ou nas conversas de esquina? Mas posso escolher não ouvir, não repassar, não compartilhar. Posso escolher respeitar esse homem que tem uma história de vida de inquestionável riqueza.
Estudo mídias sociais, discuto-as com meus alunos com certa frequência. A cada dia que passa percebo que, como receptora crítica, cidadã consciente e pessoa inteligente que sou, faço minhas escolhas. E me orgulho em ser respeitosa, mesmo que eventualmente eu pise na bola com os outros e, talvez, comigo mesma.
1 de nov. de 2011
Brincadeira de criança, como é bom...
Ei, você que já passou dos 25, 30 anos... Quando foi a última vez que você brincou? Sabe brincadeira de criança, daquelas que a gente queria que o tempo não passasse, que a mãe não chamasse para tomar banho, que a chuva nunca viesse?
Não falo de brincadeira com colegas de trabalho, nem daquelas que se faz com os filhos em um fim de semana. Mas de brincar com você mesmo, pelo simples prazer da brincadeira, de sentir o vento no rosto, de rir sozinho por pura diversão, de fazer uma festa onde você é o principal convidado.
Maus vizinhos
Fonte: odiariodeumamamae.blogspot.com |
São 23h25. Do outro lado da rua, novos vizinhos bebem, berram, pensam que cantam... Aqui, fechada a janela para me proteger do barulho, penso se chamo a Polícia Militar, a patrulha do Meio Ambiente, ou minha Nossa Senhora da Aparecida Preta! Que pessoal mais sem noção.
Tem cerca de um mês que eles se mudaram para a vizinhança. Fazem festas assim todos os fins de semana, desrespeitando o direito dos vizinhos de dormir. Pelo menos tem o bom senso de só fazer essa zona no fim de semana. Deve ser muita bebida na cabeça, talvez até algo mais ilícito. Agora há pouco um deles saiu berrando coisas insanas pela rua... Foi-se embora nossa paz.
Tem cerca de um mês que eles se mudaram para a vizinhança. Fazem festas assim todos os fins de semana, desrespeitando o direito dos vizinhos de dormir. Pelo menos tem o bom senso de só fazer essa zona no fim de semana. Deve ser muita bebida na cabeça, talvez até algo mais ilícito. Agora há pouco um deles saiu berrando coisas insanas pela rua... Foi-se embora nossa paz.
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