1 de out. de 2011

#Seja Legal no Trânsito


Fonte: www.uberlandia.mg.gov.br
Foto: Paulo Churrasquim
Nos últimos dias, a Prefeitura de Uberlândia colocou no ar uma campanha chamada Seja Legal no Trânsito. Uma iniciativa importante, apesar de uma comunicação visual que eu, particularmente, considerei infantilizada, talvez pela minha aversão aos mascotes. Trânsito é coisa séria e como tal deve ser tratado.
A proposta da campanha é muito boa, de conscientizar a população a respeito das leis de trânsito e também de motivar as pessoas a serem bacanas no trânsito, respeitando o outro e evitando pequenos conflitos em situações onde a gentileza é a melhor ferramenta.
Na semana passada, rodei pela cidade e não passei por nenhuma das blitzes educativas que foram realizadas pela Secretaria de Trânsito. Uma pena. Queria ver o restante do material, como folders, discurso dos policiais, reprimenda aos que descumprem a lei.
Penso que a Prefeitura deve ter incluído os motoristas de ônibus como público importante de sua campanha. Eles cruzam a cidade inteira e muitas vezes são os primeiros a desrespeitar as regras de trânsito e de civilidade. Furam sinais, fecham veículos menores, ultrapassam a velocidade, não dão preferência. Espero que tenham passado por algum tipo de treinamento para serem legais no trânsito. Hoje, uma parte deles não tem esse comportamento.
No Dia Mundial Sem Carro, a TV Integração fez uma matéria muito interessante sobre os desafios de quem precisa de ônibus para chegar ao trabalho. Mostrou uma realidade muito diferente entre regiões centrais e periféricas. Depois, representante da prefeitura e uma especialista em trânsito responderam às perguntas dos apresentadores do programa. Nessa hora, mais uma vez vemos as disparidades. Pelo discurso oficial, tudo em Uberlândia está uma beleza. A trajetória de um dos repórteres não mostrou isso, muito pelo contrário.
Nem tanto ao céu. Nem tanto à terra. A campanha Seja Legal no Trânsito, à parte a mesmice do nome e a infantilidade do símbolo, tem muitos méritos. Os comerciais são fortes. Hoje passei por um carro destruído, colocado no canteiro central da Av. Anselmo Alves dos Santos que chama a atenção. Faz parte da campanha e é uma iniciativa feita para chocar e refletir. Muito mais que a mãozinha sorridente e que pisca no comercial (desculpem, odeio mascotes!).
Ao longo dessa semana, procurei ser uma motorista legal no trânsito. Não businei nenhuma vez para outros motoristas, mesmo que eles tenham me cortado, ultrapassado sinal ou forçado ultrapassagem. Dei passagem para motoristas que tentavam sair do corredor para entrar na Av. Rondon Pacheco. Parei o trânsito para que uma senhora pudesse sair de sua garagem no centro da cidade. O mais difícil foi não xingar os motoristas que optaram por não serem legais. Sempre xingo em silêncio...
Como próximas etapas, sugiro à Prefeitura que intensifique a fiscalização nas ruas, principalmente nas avenidas principais. Que exiga das empresas de ônibus o treinamento e adequação dos motoristas, para que sejam mais gentis. Que protejam os pedestres, por meio de semáforos, faixas elevadas, sinalização.
Vou torcer para que a iniciativa tenha o resultado esperado. A campanha ficou fraca, bastante similar à outras feitas em prefeituras pelo Brasil afora (basta jogar no Google para achar algumas que usam o mesmo nome, carinhas infantis, mãozinhas personalizadas). Mas o que vale é a atitude. Nossa, como motoristas; da Prefeitura, como órgão fiscalizador; dos bares, quando percebem que um cliente não tem condições de dirigir; da sociedade, que deve assumir a responsabilidade por construir uma vida mais legal na cidade.
Que tenhamos um trânsito melhor.

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