Painel da artista Tomie Ohtake na CTBC de Uberlandia extraída do site http://mosaicosdobrasil.tripod.com / |
Nessa semana, depois de muitos anos, voltei a visitar o prédio de uma empresa onde trabalhei durante cerca de 8 anos. Ao entrar, atrasada para um compromisso, mal tive tempo de deixar que as emoções tomassem conta. Afinal, iria apenas fazer uma palestra, estava acompanhada de uma pessoa da empresa e tudo foi muito rápido, como deve ser nas relações profissionais.
O impacto aconteceu ao sair. Eu sabia que encontraria pessoas, estaria novamente no meio daquela praça onde encontrava tantas pessoas diariamente, onde tomava café, onde desabafava, onde dava risada, onde ficava sabendo de boas e más notícias. No meio daquele espaço, um painel gigantesco da artista Tomie Ohtake tornou-se de repente um mosaico de minha própria vida na empresa. Entrei ali pouco mais que uma menina, saí uma profissional, uma pessoa decidida, certa de meus rumos e de minhas escolhas.
Cada pecinha do mosaico feito pela artista é também uma pecinha do meu próprio mosaico de vida. Da experiência dos desafios profissionais, dos estudos, das pessoas que conheci, da paixão que ficou calada pela falta de coragem de gritar, do casamento onde um morcego andando pelo chão assustou às convidadas, da amiga que quase perdeu o marido para uma doença, das crianças que nasceram e aprenderam a falar e andar em nossa companhia, das festas infantis em que passávamos horas preparando os balões, das conquistas profissionais e pessoais, da viagem para a Europa sentindo saudade dos colegas...
Vivi tantos momentos naquela empresa, que ela se tornou para mim muito mais que um trabalho.
Na verdade, naquele retorno percebi que a empresa é o menos importante. O que nos faz sentir saudade, chorar e sentir aquele aperto no peito, é a lembrança de todas as relações que se estabeleceram. Empresas gastam fortunas tentando manter pessoas felizes em seus ambientes de trabalho, porque acreditam que assim elas serão mais produtivas e atenciosas. Mas o que nos mantém em uma organização são as outras pessoas. São elas que nos fazem sentir saudade, porque foi com elas que vivemos momentos especiais.
Naquele dia, quando saí de lá, entrei no carro chorando muito. Não pelo que o prédio representou, mas pelo que cada pessoa com a qual convivi representa no desenho, sempre mutante, do mosaico da minha vida.
Um comentário:
Lindooo! Era o que eu precisa para minha apresentação na empresa.
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