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O viaduto da Rondon Pacheco, obra fundamental para a melhoria do trânsito da cidade, começou depois e terminou muito antes do novo teatro municipal, cuja obra parece estar paralisada novamente. O viaduto da Nicomedes deve seguir este mesmo caminho.
Viadutos são importantes, afinal, temos quase tantos carros quanto moradores nesta cidade que não para de crescer. Mas teatros também são fundamentais, considerando que o nível cultural das pessoas parece cada vez mais limitado.
Aprendi a gostar de arte indo ao teatro, visitando exposições, assistindo a bons filmes e shows, desde a mais tenra idade. Minha cidade tinha teatro municipal, tinha festival de teatro, tinha galerias de arte. Crianças estimuladas a gostar de arte crescem e só reforçam este gosto. Espaços culturais com programação de qualidade e acessível contribuem para fazer com que pessoas de todas as idades tenham maior contato com a produção cultural.
Apesar dos parcos recursos, Uberlândia tem uma produção muito boa. Músicos, cantores, compositores, atores, escultores, artistas plásticos. Temos uma secretária de cultura engajada, inteligente. Temos leis de incentivo à cultura. Mas nosso teatro é uma obra que se arrasta há anos e parece não ter data para acabar. Dia desses li no jornal que o segurança da obra fumava maconha com amigos no interior do prédio. Foi preso e demitido, mas ninguém questionou os passos lentos com que aquele espaço tem sido construído. A obra teve início em 1993, segundo matéria publicada no jornal Correio de Uberlândia em setembro do ano passado.
Acredito que, neste mandato, ele não sai. As eleições se aproximam. As verbas públicas já estão sendo contidas. Recursos de empresas privadas já foram doados, mas parece que também o empresariado local não considera a cultura como prioridade em seus investimentos sociais. Não acredito na continuidade da administração municipal, diante de um candidato fraco, quase sem carisma e praticamente desconhecido. Acontece que, em rupturas de governo, obras tendem a ser abandonadas. Nosso belo teatro corre o risco de continuar um esqueleto branco no alto da Rondon Pacheco. Enquanto isso, o teatro Grande Othelo agoniza em praça pública, mas quem se importa? O passado parece não ter muita importância por aqui...
Ao finalizar este texto, espero estar redondamente enganada. Do fundo do meu coração de uberlandina que adora o lugar onde vive.
Um comentário:
Concordo Dri.. A cidade cresce em ritmo acelerado e a obra do teatro não sai do lugar. Já virou até motivo de piada quando a peça Terça insana passou por Uberlãndia. Uma pena...
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