Hoje de manhã teve uma feira de adoção de animais na Praça Tubal Vilela, organizada pela Associação Protetora dos Animais (APA) e pelo Colégio Nacional. Aproveitei para incentivar meus alunos do curso de Relações Públicas a entrevistar pessoas ligadas ao tema, para um projeto que eles precisam entregar até o final do semestre. Foi uma aula prática, onde eles puderam conversar com pessoas que adotaram animais, pessoas que não adotaram, profissionais da APA, do colégio e voluntários.
Eu fiquei um pouco à parte, com meus dois cachorros, Belarmina e Pacheco. Aproveitei para observar o movimento, conversar com as pessoas e refletir sobre a questão da posse responsável de animais, tema que vem me acompanhando há algum tempo.
Na feira, haviam filhotes de cachorros e gatos. Havia também dois cães adultos. Os cachorros todos encontraram um novo lar. Os gatinhos tiveram menos sorte. Para cada pessoas que adotava um cão, os voluntários da APA orientavam, vermifugavam o bichinho e falavam da importância da castração e de cuidados com o serzinho recém adotado.
Os adultos eram mais reticentes, as crianças pegavam os cachorrinhos e gatinhos e não queriam largar mais. Os pais verdadeiramente responsáveis foram aqueles que não levaram o cachorro para casa apenas para satisfazer à vontade dos filhos, mas com a consciência de que ali tem uma vida, um serzinho dependente, que viverá pelo menos 15 anos e vai precisar de alimento, disciplina, carinho, proteção. Melhor deixar a criança chorar um pouquinho do que abandonar um bicho no futuro, por falta de condição de cuidar dele.
Muitos me perguntaram se um dos meus cães, o Pacheco, estava também disponível para adoção. Eu dizia que não e contava a história dele, de como foi abandonado doente, resgatado por uma cuidadora, cuidado por um pet shop e finalmente chegado até a nossa casa, onde hoje vive feliz. Muitos querem adotar o bicho quando ele está bonito, saudável, esperto. São poucos os que fazem o trabalho de pessoas como a Leila e a Cida, da APA, que socorrem animais maltratados e abandonados e procuram uma nova casa para eles. Nosso aplauso a essas idealistas e a tantos outros, como o Professor Silvestre e sua mãe, D. Salete, que cuidam de 27 cães abandonados.
A feira de adoção foi um momento muito legal, mas teve um incidente que me fez ficar com raiva. Pessoas que deixaram seus animais procriarem e que resolveram passar pela praça para abandonar seus bichinhos e ver se alguém queria. Um homem teria passado em um carro e entregue uma caixa com três filhores para o rapaz da Zona Azul, pedindo que ele entregasse para a APA. Outro, queria deixar uma caixa cheia de gatinhos, mas a APA não aceitou. Fico me perguntando por que esses homens não evitaram que seu animal procriasse, o que seria muito mais simples, por meio de uma cirurgia que pode ser feita de graça.
Quem deixa o animal procriar de maneira irresponsável devia responsabilizar-se integralmente pelos filhotes. Tem ainda muita gente que abandona, que joga fora, que mata e maltrata. Por que não castrar? Por que não prender dentro de casa durante o cio?
Uberlândia ainda tem muitos cães de rua. Mas tem também muitas pessoas de alma boa, que fazem seu papel. Nosso aplauso para elas!
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